Em um futuro não tão distante, cientistas na Terra podem usar rovers controlados remotamente para explorar a Lua. É que pesquisadores do laboratório de robótica da Universidade de Bristol, na Inglaterra, testaram recentemente um novo sistema de teleoperações da Agência Espacial Europeia, comandando um rover remotamente em uma simulação virtual. 

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Durante os testes, eles trabalharam com um braço robótico para coletar uma amostra de uma simulação de regolito lunar. O processo elimina a necessidade de imagens transmitidas ao vivo — o que é excelente, já que o envio de imagens da Terra à Lua tem atraso de 1,3 segundos devido à distância. 

Demonstração do robô (Imagem: Reprodução/Joe Louca)

“Essa simulação poderia […] nos ajudar a operar robôs lunares remotamente a partir da Terra, evitando o problema de atrasos de sinal”, comentou Joe Louca, pesquisador principal do projeto. 


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A simulação incluiu também as chamadas “interações hápticas”, ou seja, proporcionou uma forma de imitar as propriedades táteis do regolito lunar na gravidade do nosso satélite natural. Desta forma, a equipe que está usando o equipamento pode entender melhor a força que precisam aplicar para escavar o regolito ou para erguer uma amostra.

Por enquanto, as interações hápticas foram executadas só nas versões virtuais de tarefas básicas, como pressionar o regolito no solo. “Podemos ajustar a intensidade da gravidade nesse modelo e fornecer feedback háptico para que os astronautas tenham uma noção de como sentiriam a poeira lunar e como ela se comportaria nas condições lunares — que têm um sexto da força gravitacional da Terra”, disse Louca. 

A simulação pode ajudar no treinamento de astronautas (Imagem: Reprodução/Joe Louca)

Assim, o sistema pode realizar simulações realistas das condições que os astronautas vão encontrar enquanto estiverem na Lua, ajudando no treinamento deles. Entretanto, Loucas observa que ainda há um longo caminho até lá: estudos já mostraram que, quando o assunto é a confiança do usuário em um sistema virtual estar operando ou não conforme deveria na realidade, existe uma barreira psicológica.

O sistema foi eficiente em 100% do tempo e confiável em 92,5% do tempo durante a coleta do regolito simulado. Já o descarte de parte do regolito do instrumento teve um pouco menos de confiabilidade, mas eles descobriram que restringir a orientação do dispositivo enquanto levava o regolito simulado proporcionava maior precisão. 

“Na próxima década, veremos várias missões tripuladas e não tripuladas à Lua, como o programa Artemis da NASA e o programa Chang’e, da China”, comentou. “Essa simulação pode ser uma ferramenta valiosa para apoiar a preparação ou a operação dessas missões”, finalizou o autor.

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