Os mosquitos figuram na lista dos maiores nêmesis da humanidade, seja pelas doenças que transmitem — dengue, zika, febre amarela e malária — ou pelo simples incômodo de suas picadas e zumbidos. É pelos problemas de saúde dos quais são vetores, no entanto, que a ciência busca descobrir como eles nos caçam e como evitar picadas com esse conhecimento em mãos.

  • Clique e siga o no WhatsApp
  • 7 táticas nacionais inovadoras no combate à dengue
  • Algumas cores de roupa podem afastar os mosquitos! Saiba quais

Em um novo estudo por cientistas da Universidade da Califórnia, descobriu-se que esses insetos usam detecção de luz infravermelha junto a outros marcadores corporais (CO2 da respiração e odores humanos) para encontrar as vítimas humanas perfeitas. Apesar do tamanho diminuto, os mosquitos são responsáveis por mais mortes humanos do que qualquer outro animal.

Mosquitos, infravermelho e a caça

A espécie estudada foi, especificamente, a conhecida Aedes aegypti, também chamada de mosquito da dengue, especialmente habilidosa em nos farejar e encontrar pelo mundo. Esses mosquitos não enxergam muito bem, e odores por si só não são marcadores ideais, já que, com o vento ou a movimentação da presa, fica difícil encontrá-la.


Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Os mosquitos, especialmente o Aedes aegypti, usam radiação infravermelha para encontrar as presas ideais para sugar sangue (Imagem: Emphyrio/Pixabay)
Os mosquitos, especialmente o Aedes aegypti, usam radiação infravermelha para encontrar as presas ideais para sugar sangue (Imagem: Emphyrio/Pixabay)

Os pesquisadores, então, suspeitaram da habilidade infravermelha. Como só as fêmeas de mosquito picam, 80 delas, entre uma e três semanas de vida, foram colocadas em cativeiro e apresentadas a vítimas postiça, representadas por três características diferentes — placas termelétricas (emissoras de infravermelho), CO2 na concentração presente na respiração humana e odores humanos.

Com vídeos de cinco minutos gravando os mosquitos, foram observados comportamentos de busca de caça, definidos como “mosquitos pousando, andando e estendendo a probóscide (o “bico”) pela grade da contenção, lembrando a situação em que o inseto pousa em um humano e analisa a pele para picar”.

Alguns foram expostos a uma placa com 34 ºC, temperatura média do corpo, que também emitia radiação infravermelha. Outros foram expostos a 29,5 ºC, temperatura que apreciam, mas sem infravermelho. Cada uma das características, por si só, não atraiu o interesse dos mosquitos, mas, quando um ambiente com CO2 e odor humano ganhou o infravermelho, a busca por caça aumentou duas vezes.

Diagrama mostrando o infravermelho emitido pela pele humana — note como as roupas largas camuflam a radiação (Imagem: DeBeaubien, Chandel et al./Nature)
Diagrama mostrando o infravermelho emitido pela pele humana — note como as roupas largas camuflam a radiação (Imagem: DeBeaubien, Chandel et al./Nature)

É o contexto que os atrai. A pesquisa também confirmou que os sensores de infravermelho ficam nas antenas, já que, tirando o gene de uma proteína sensível à temperatura (TRPA1) dos insetos fez com que perdessem a habilidade de identificar o espectro.

Isso ajuda a explicar porque os mosquitos são tão atraídos pela pele humana, e porque roupas largas são tão efetivas contra eles, já que o infravermelho é dissipado por tais vestimentas. No futuro, isso poderá gerar táticas mais efetivas contra os mosquitos, como armadilhas que usam radiação termal como isca.

Leia mais matérias no ItechNews .