Empresas privadas estão desenvolvendo conceitos de estruturas infláveis, conhecidas como “softgoods”, para criar habitats no espaço. A proposta visa oferecer moradias confortáveis para futuros astronautas em missões fora da Terra.
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Atualmente, estruturas infláveis são um dos focos das agências espaciais e empresas privadas que atuam no ramo da exploração do espaço. Um dos principais benefícios é que elas oferecem maior volume com menor massa, permitindo que grandes espaços habitáveis sejam lançados em foguetes relativamente pequenos.
Um dos projetos mais antigos de tecnologia inflável criados pela NASA foi o Projeto Echo, que lançou dois satélites de balão em 1960 e 1964, visando testar a reflexão de sinais de micro-ondas.
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Tecnologias infláveis no passado
Em 1965, o cosmonauta Alexei Leonov realizou a primeira caminhada espacial usando uma câmara de descompressão inflável, demonstrando aplicações da tecnologia para as missões tripuladas.
No comecinho do século 21, a Bigelow Aerospace lançou dois protótipos não tripulados em 2006 e 2007 sob o programa Genesis. Ambos permanecem em órbita terrestre.
Anos mais tarde, a empresa aproveitou o projeto cancelado do TransHab da NASA e desenvolveu o Bigelow Expandable Activity Module (BEAM), sob contrato com a agência espacial.
O BEAM foi anexado à Estação Espacial Internacional (ISS), mais precisamente ao módulo Tranquility. A tecnologia foi bem sucedida em demonstrar que módulos infláveis são econômicos, mais fáceis de transportar e se expandem corretamente no espaço.
Além disso, são desenvolvidos para oferecer proteção contra radiação solar e cósmica, detritos espaciais e outros perigos do ambiente espacial. Isso os torna ideais para a criação de habitações na Lua e Marte.
No caso do BEAM, a Bigelow utilizou o inovador tecido de proteção Vectran, que conta com uma fibra de polímero de cristal líquido de alto desempenho, proporcionando resistência superior à do Kevlar.
Em 2022, a NASA lançou o escudo térmico inflável LOFTID de 6 metros de diâmetro, que reentrou na atmosfera e pousou no Oceano Pacífico, perto do Havaí. A ideia era demonstrar a eficiência do escudo em atravessar a atmosfera sem sofrer danos.
Essa tecnologia pode ser crucial para futuras missões de transporte de humanos a Marte, onde seria combinada com paraquedas e retrofoguetes para guiar módulos de pouso até a superfície.
O futuro das tecnologias infláveis
Atualmente, várias empresas estão desenvolvendo estruturas expansíveis para o espaço, como a Max Space, focada em habitats infláveis para a órbita terrestre, Lua e Marte.
Outro exemplo é a Sierra Space, que trabalha no habitat LIFE (Large Integrated Flexible Environment), medindo 6 metros de altura e 300 metros cúbicos, também usando a tecnologia Vectran. No futuro, o LIFE poderá ter 5.000 metros cúbicos e mais de 22 metros de comprimento.
Inicialmente, a Sierra Space lançará uma estrutura expansível de três andares, com mais de 8 m de diâmetro, projetada para acomodar quatro astronautas e oferecer espaço para experimentos científicos, ginástica, um centro médico e cultivo de alimentos.
Para futuras explorações em Vênus, a Northrop Grumman desenvolveu a VAMP (Venus Atmospheric Maneuverability Platform), uma aeronave leve e auto-inflável capaz de planar com pouca energia, além de ser resistente ao ácido sulfúrico presente na atmosfera venusiana.
Já a Max Space planeja lançar uma tecnologia de escudo de detritos espaciais em 2026, e apresentar uma gama de habitats espaciais. Eles variam de 20 a 1.000 metros cúbicos, mas a empresa planeja criar “megaestruturas” de até 10.000 metros cúbicos até 2030.
Estruturas infláveis no espaço também poderiam ser usadas como elementos conectores de módulos na superfície lunar. A tecnologia é uma ótima opção para acomodar as habitações em diferentes níveis de superfície — algo essencial tratando-se do solo lunar.
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