A NASA apresentou o primeiro protótipo em escala real de seis telescópios que, atuando juntos em órbita terrestre, formarão o telescópio LISA. O instrumento será o primeiro detector de ondas gravitacionais a partir do espaço, com potencial de descobrir alguns dos maiores eventos do universo. 

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O detector LISA (Laser Interferometer Space Antenna) é um projeto liderado pela ESA (Agência Espacial Europeia) em parceria com a NASA. Ao todo são três espaçonaves, cada uma servindo de plataforma para dois telescópios.

Esses telescópios usarão lasers para medir distâncias com precisão de picômetros entre três espaçonaves, dispostas em formato de triângulo equilátero. Cada lado do triângulo formado pelas espaçonaves medirá 2,5 milhões de quilômetros, quase o dobro do diâmetro do Sol.


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Disposição das duplas de telescópios em suas respectivas espaçonaves (Imagem: Reprodução/NASA/ESA)

A NASA revelou agora o Engineering Development Unit Telescope, o conjunto de protótipos dos seis instrumentos em tamanho real da missão LISA. Eles fornecerão aos cientistas e engenheiros uma compreensão melhor do projeto enquanto trabalham para construir o hardware de navegação.

O protótipo, fabricado pela L3Harris Technologies em Rochester, de Nova York, chegou ao Goddard Space Flight Center da NASA em maio. Ele apresenta o espelho primário revestido em ouro para refletir melhor os lasers infravermelhos e minimizar a perda de calor.

Além disso, ele é feito de uma vitrocerâmica âmbar chamada Zerodur, produzida pela Schott em Mainz, da Alemanha. Esse é o material que costuma ser usado em espelhos de telescópios, pois é ideal para lidar com amplas faixa de temperaturas, sem sofrer deformações.

Cientistas esperam utilizar o LISA para detectar ondas gravitacionais produzidas por buracos negros distantes. Essas ondas são semelhantes às ondulações formadas na superfície de um lago ao atirarmos uma pedra.

No caso dos eventos ondulatórios cósmicos, são os objetos altamente massivos no espaço que distorcem o tecido do espaço-tempo. Muitas vezes isso ocorre em colisões envolvendo buracos negros ou estrelas de nêutrons. 

Um técnico aponta uma lanterna para um dos protótipos (Imagem: Reprodução/NASA/Dennis Henry)

As ondulações provocadas por esses impactos farão com que as três espaçonaves da missão LISA se movam ligeiramente em relação umas às outras, “surfando” nas ondas gravitacionais. Os instrumentos detectarão o padrão característico desses fenômenos no sinal combinado do feixe de laser.

Os sinais ajudarão os cientistas a determinar a localização e as propriedades físicas da fonte das ondas, isto é, dos objetos que as produziram. Como consequência, será possível encontrar eventos que estão produzindo ouro no universo e formando novos buracos negros com dezenas de massas solares.

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