Enquanto no mundo há pessoas que enxergam menos cores que as demais, na outra ponta do espectro há quem enxerga cerca de 99 milhões de cores a mais.
- Clique e siga o no WhatsApp
- Pessoas que nascem sem olfato respiram diferente, revela estudo
- Pirâmides no Egito: antigo fluxo do Nilo explica mistério da construção
A primeira condição é o daltonismo, que se trata de uma mutação genética na qual o indivíduo nasce com apenas dois cones nos olhos (por isso, também é chamado de dicromatismo). Uma pessoa normal possui três cones e enxerga todas as cores, o que representa uma gama de cerca de um milhão de tons.
A segunda condição se trata do tetracromatismo, e também é uma mutação genética, mas que adiciona um cone extra, totalizando quatro e proporcionando observar uma gama de cerca de 100 milhões de cores.
–
Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Quer descobrir se você é uma delas? Observe a imagem abaixo e, se for capaz de identificar uma letra dentro de cada círculo, já pode sair dizendo por aí que é tetracromata. A condição é a mais rara de todas e só afeta mulheres, cerca de 12% delas, já que está ligada com o cromossomo X (que as mulheres possuem em dobro, entenda mais abaixo).
Agora, se você não for capaz de enxergar os números na imagem abaixo, você faz parte do seleto grupo de daltônicos. A maioria dos daltônicos são homens porque como possuem cromossomos XY, basta um dos pais possuir o gene para transmitir a condição.
A artista Concetta Antico é uma dessas mulheres felizardas que tem um mundo muito mais colorido do que os demais. Para a sorte de todos, ela é artista, e produz vários quadros com sua perspectiva das cores.
Em entrevista à BBC em 2014, ela disse que uma simples trilha de pedras é como uma vitrine de joalheria para ela, com as cores das pedras “saltando” em várias direções, apresentando tons laranjas, amarelos, verdes, azuis e rosas. Veja abaixo uma pintura dela:
Estudos sobre tetracromacia
A tetracromacia só ocorre em mulheres porque se origina de mutações ligadas ao cromossomo X — enquanto mulheres são XX, homens são XY. Essa linha de pesquisa foi desenvolvida por Gabriele Jordan, da Universidade de Newcastle, e John Mollon, de Cambridge em 1993.
Para determinar se alguma das 43 participantes do estudo possuia a condição, eles usaram as placas de Ishihara, que são os círculos pontilhados em tons diferentes de cores, como apresentado nas imagens acima.
Entre essas mulheres, 31 eram portadoras de formas variadas de deficiência de cor e o restante que não tinha familiares conhecidos com condições como daltonismo ou similares.
Recentemente, em 2019, os mesmos pesquisadores fizeram uma revisão sobre o assunto à luz das novas descobertas.
No estudo, eles apontaram que “a relação entre a existência de uma quarta classe de cone retinal e a dimensionalidade da visão das cores é mais complexa do que se pensava anteriormente”.
Isso porque a visão acontece a partir da luz captada pelos olhos, mas é processada no cérebro, com sinais enviados ao córtex. Os autores concluem dizendo que “ainda há mais perguntas do que respostas”, uma vez que as estratégias de recrutamento de mulheres para a pesquisa foi abaixo do ideal para estudos experimentais e que falta um método de triagem apropriado para fornecer uma estatística populacional.
A hipótese é de que ela aconteça em diferentes intensidades. As com a versão mais fraca são ligeiramente melhores do que a média em distinguir entre tons, e aquelas com a versão intensa podem ver o mundo em cores que o resto da população sequer sabe que existe.
Enquanto o daltonismo já foi muito estudado, a tetracromacia continua envolta em mistérios. Ainda não há dados significativos sobre sua incidência e como de fato afeta a visão das mulheres com essa condição.
Leia mais matérias no ItechNews .