Parece que as coronas de buracos negros, sejam eles pequenos ou supermassivos, possuem o mesmo formato e compartilham da mesma natureza. A descoberta foi feita por uma equipe de cientistas que usaram um telescópio de raios X para mapear a geometria de 12 buracos negros.

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Os buracos negros possuem uma corona, assim como o Sol, mas com temperaturas muito mais elevadas, chegando a bilhões de graus. Embora os astrofísicos tenham identificado coronas em buracos negros de massa estelar e supermassivos, seu funcionamento ainda é um pouco compreendido.

Pesquisadores especulam sobre a composição e geometria da corona dos buracos negros há algum tempo, considerando se é uma esfera acima e abaixo do buraco negro, uma atmosfera do disco de acreção ou plasma na base dos jatos.


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Utilizando o IXPE, um observatório de raios X polarizados, os astrônomos podem mapear a forma e estrutura de fontes de energia poderosas, como buracos negros e suas coronas. Esse instrumento permite um estudo detalhado da forma dos discos de acréscimo em torno desses objetos.

Uma nova pesquisa com o IXPE, publicada no The Astrophysical Journal, sugere que as propriedades de polarização podem ser semelhantes em todos os buracos negros, independentemente da massa.

Infográfico sobre as propriedades de um buraco negro com disco de acreção; o formato da corona apresentado é hipotético (Imagem: Reprodução/ESA)

No caso dos buracos negros analisados, observou-se que a corona se estende na mesma direção que o disco de acreção, fornecendo evidências sobre sua forma e relação com o disco. O resultado descarta a hipótese do formato de cone apresentado no infográfico acima, e favorece a ideia de uma corona que se espalha na mesma direção que o disco de acreção .

Para o estudo, os autores analisaram dados do IXPE sobre 12 buracos negros, incluindo Cygnus X-1, Cygnus X-3, LMC X-1e LMC X-3, todos de massa estelar. Também foram observados buracos negros supermassivos, como aqueles nas galáxias Circinus, NGC 1068 e NGC 4151.

Apesar da enorme diferença de escala entre buracos negros de massa estelar e os supermassivos, os discos de acreção possuem geometria similar. Os autores do estudo sugerem que, graças a esse resultado, os de massa estelar podem oferecer novas perspectivas sobre supermassivos.

Essa descoberta é significativa, já que os buracos negros de massa estelar estão muito mais próximos da Terra do que seus primos supermassivos, que se encontram no centro das galáxias.

A equipe de pesquisa planeja realizar mais estudos de ambos os tipos de objetos, na expectativa de que o IXPE revele detalhes sobre os processos de formação dos discos de acreção.

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