Uma grande molécula com carbono foi encontrada no interior da nuvem molecular de Taurus, a cerca de 430 anos-luz da Terra. A descoberta foi feita por pesquisadores liderados por Brett McGuire, do Instituto Massachusetts de Tecnologia, e é importante porque traz novas pistas sobre as origens deste elemento, que é considerado um dos ingredientes mais fundamentais para a vida como conhecemos. 

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A molécula em questão é um pireno, composto feito de anéis de carbono. Portanto, trata-se de um hidrocarboneto aromático policíclico (PAH), uma das moléculas complexas mais abundantes no universo visível. Os cientistas suspeitam que os PAHs formam cerca de 20% do carbono no espaço, e estão presentes desde a formação até a morte das estrelas. 

“Este é o sétimo PAH individual identificado no espaço desde quando encontramos o primeiro em 2021”, comentou Ilsa Cooke, coautora do estudo. “Ao aprender mais sobre como essas moléculas se formam e são transportadas no espaço, aprendemos mais sobre nosso próprio Sistema Solar e, portanto, sobre a vida dentro dele”, acrescentou ela. 


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Os pesquisadores decidiram investigar a nuvem Taurus após grandes quantidades de pireno serem encontradas em amostras do asteroide Ryugu. Assim, encontrar a molécula no local onde nosso Sistema Solar foi formado é um meio de saber mais sobre as origens dela.  

Nebulosa de Órion, que abriga PAHs visíveis em laranja e vermelho (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/STScI)

O que estamos vendo é o início e o fim, e eles mostram a mesma coisa”, disse McGuire. “Essa é uma evidência muito forte de que esse material da nuvem molecular inicial encontra seu caminho para o gelo, a poeira e os corpos rochosos que compõem nosso Sistema Solar.”

Os cientistas estimam que o pireno era responsável por cerca de 0,1% do carbono encontrado na nuvem. “Esta é uma abundância absolutamente massiva. É uma quantidade quase inacreditável de carbono. É uma ilha interestelar de estabilidade”, acrescentou ela. 

Encontrar pireno no local onde o Sistema Solar foi formado é bastante intrigante por si só, mas os mistérios não acabam aí: a nuvem tem temperatura de -264 ºC. Isso é estranho, porque os PAHs se formam na Terra através de processos com altas temperaturas, como a queima dos combustíveis fósseis.

“O trabalho futuro tem o objetivo de explorar se os PAHs podem se formar em algum lugar extremamente frio ou se eles chegam de outros lugares do universo, possivelmente por meio da morte de uma estrela antiga”, finalizou Cooke. 

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