A Netflix prepara a estreia de três grandes produções da América Latina nas próximas semanas que prometem levar histórias da região para um público global: Senna, sobre o piloto brasileiro Ayrton Senna; Cem Anos de Solidão, baseada na obra de Gabriel García Márquez; e O Eternauta, adaptação do quadrinho argentino homônimo. Cada série visa uma ampla audiência global, com potencial para impactar espectadores tanto em países de língua espanhola e portuguesa quanto em outros continentes.

O vice-presidente de conteúdo da Netflix para América Latina, Francisco ‘Paco’ Ramos, comentou em entrevista ao Deadline que o lançamento quase simultâneo dessas produções acontece por acaso: “Não foi que dissemos, cinco anos atrás, ‘vamos fazer essas três séries e lançá-las ao mesmo tempo’. Cada uma teve seu próprio caminho e cronograma de desenvolvimento”.

Além de buscar um impacto global, a Netflix vê essas produções como uma forma de fortalecer o mercado de conteúdo local e diversificar as narrativas na América Latina. Para Ramos, isso representa um avanço significativo para a produção audiovisual na região.

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“Essas séries trazem um nível de aprendizado e experiência para os profissionais locais, que desenvolverão novos projetos para nós e para outros players, contribuindo para o fortalecimento do setor,” disse o executivo.

Apostas latino-americanas da Netflix

Conheça as novas séries produzidas na América Latina pela Netflix:

Senna

A série Senna recria a vida e a trajetória de Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1 e uma figura emblemática do automobilismo brasileiro. Protagonizada por Gabriel Leone, a produção narra os desafios e as conquistas do piloto até o trágico acidente que lhe tirou a vida em 1994.

 

Com direção de Vicente Amorim e Júlia Rezende, as filmagens ocorreram no Brasil e em diversos locais, incluindo Irlanda e Mônaco, e contaram com mais de 14 mil figurantes. Destacando o realismo da produção, o executivo afirmou: “As corridas de carro são extraordinárias”.

Porém, para Ramos, Senna traz uma história que vai além das corridas: “A equipe foi capaz de construir uma história única sobre um ser humano extraordinário, cheio de resiliência e honestidade, que o levaram a essa busca incessante por perfeição.” A série busca capturar o lado humano do piloto, sua paixão e sua luta por melhorias, características que, segundo Ramos, podem ressoar com o público.

Senna estreia em 29 de novembro na Netflix.

Cem Anos de Solidão

A adaptação de Cem Anos de Solidão, gravada na Colômbia e produzida em colaboração com a família do autor, é uma jornada de 16 episódios divididos em duas temporadas.

Para o vice-presidente de conteúdo da Netflix para América Latina, dividir a série em duas partes permite manter a intensidade da história e garantir uma pausa que funciona como “um desfecho poderoso no meio da adaptação.”

 

A narrativa acompanha várias gerações da família Buendía na fictícia cidade de Macondo, explorando o realismo mágico característico do clássico de García Márquez. Ramos afirma que a série traz um “mundo próprio, com seu ritmo, sua gramática e suas dinâmicas internas.”

A primeira parte de Cem Anos de Solidão estreia dia 11 de dezembro na Netflix.

O Eternauta

A terceira série do conjunto, O Eternauta, é uma adaptação do icônico quadrinho argentino de Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López. A trama gira em torno de um grupo de sobreviventes que enfrenta uma ameaça alienígena após uma nevasca fatal.

Apesar de parecer um título de menor peso em relação a Senna e Cem Anos de Solidão, Ramos destaca o potencial de O Eternauta em conquistar o público ao redor do mundo. “Os produtores tentavam realizar essa adaptação há tempos, mas só agora o mercado estava preparado para receber uma série dessa complexidade”, comenta ele.

 

O Eternauta estreia em 2025 na Netflix.

Maiores sucessos internacionais

Com esses lançamentos, a Netflix aposta em fortalecer seu catálogo internacional e expandir sua presença na América Latina, onde conta com cerca de 49 milhões de assinantes — uma parcela significativa do mercado global de 282,7 milhões de assinantes pagos, mas ainda com potencial para crescimento.

Ao investir em histórias locais com apelo universal, a plataforma espera alcançar um impacto similar ao de produções de língua não-inglesa que já conquistaram o público global.

Entre as séries internacionais mais vistas na história da plataforma, destacam-se:

  1. Round 6 (Coreia do Sul): 1ª temporada — 265,2 milhões de visualizações;
  2. La Casa de Papel (Espanha): Parte 4 — 106 milhões de visualizações;
  3. Lupin (França): Parte 1 — 99,5 milhões de visualizações;
  4. La Casa de Papel: Parte 5 — 99,2 milhões de visualizações;
  5. La Casa de Papel: Parte 3 — 80 milhões de visualizações.

Com o prestígio de Ayrton Senna e a popularidade de Cem Anos de Solidão, resta saber se essas novas produções latino-americanas conseguirão se juntar a esse ranking de sucesso global.

 

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