O cérebro humano adulto é muito adaptável quando se trata de processamento sensorial, e um estudo publicado na revista Cerebral Cortex leva esse conceito a outro nível, ao sugerir que o ser humano pode aprender a usar ecolocalização para se comunicar.
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Alguns animais têm superpoderes dignos de heróis dos quadrinhos, e é o caso da ecolocalização: golfinhos e morcegos conseguem perceber o ambiente por meio de sons que ecoam em um espaço.
No reino animal, é uma habilidade que permite rastrear presas que de outra forma seriam invisíveis. No entanto, alguns humanos com deficiência visual podem usar ao fazer ruídos agudos de clique com suas línguas e usando os ecos para construir uma “imagem mental” dos arredores.
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No novo estudo da Durham University e da University of York, na Inglaterra, os cientistas quiseram entender se era possível ensinar a ecolocalização.
A equipe treinou 26 pessoas (12 delas com deficiência visual) durante um período de 10 semanas e usou exames de ressonância magnética antes e depois do treinamento para detectar mudanças cerebrais.
É possível aprender ecolocalização
Os testes aconteceram assim: os participantes foram orientados a cumprir tarefas como identificar o tamanho e a orientação de formas, ou encontrar o caminho, usando apenas sons de cliques e sem usar a visão.
Os exames revelaram que, após aprender a ecolocalização, a parte primária do córtex cerebral se reorganizou e desenvolveu sensibilidade aos ecos sonoros (tanto nos participantes com deficiência visual, quanto nos demais).
“As descobertas sugerem que princípios semelhantes de plasticidade cerebral se aplicam tanto a pessoas com deficiência visual quanto a pessoas com visão”, diz o comunicado da Durham University.
“Isso tem implicações positivas para aqueles que sofrem de perda progressiva da visão porque demonstra que o cérebro se adapta com sucesso, independentemente de quando a ecolocalização é aprendida”, conclui o comunicado.
As informações do estudo podem ser encontradas na Cerebral Cortex.
Anteriormente, estudos chegaram a apontar que o ser humano pode ter mais de cinco sentidos. Na ocasião, os neurocientistas sugeriram que o cérebro é capaz até mesmo de “prever” o que uma pessoa vai ver.
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