Desde a descoberta da expansão acelerada do universo, os cientistas tentam decifrar a natureza da energia escura — a força invisível e indetectável que teoricamente compõe cerca de 70% do universo. Agora, um novo estudo propõe uma conexão entre os buracos negros e a energia escura.
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No Big Bang, uma energia misteriosa impulsionou a expansão do universo, criando toda a matéria conhecida, segundo a teoria inflacionária. Essa energia compartilha características com a energia escura, que é um dos grandes enigmas da física atual.
De acordo com os autores do novo estudo, publicado no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics, a matéria de estrelas massivas que colapsam em buracos negros pode se transformar novamente em energia escura.
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Essa hipótese é apoiada por dados recentes do Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI), composto por 5.000 sensores robóticos instalados no telescópio Mayall, no Observatório Nacional Kitt Peak.
O DESI foi desenvolvido por quase 500 pesquisadores de 75 instituições em 13 países diferentes, durante quase 10 anos, visando estudar a energia escura do universo. A equipe da nova pesquisa usou dados de milhões de galáxias observadas pelo DESI, que olha bilhões de anos no passado e mede a taxa de expansão do universo.
Para Kevin Croker, principal autor do estudo, “se buracos negros contêm energia escura, eles podem se acoplar e crescer com o universo em expansão, fazendo com que seu crescimento acelere. Não podemos obter os detalhes de como isso está acontecendo, mas podemos ver evidências de que está acontecendo”.
Comparando os dados do DESI com o número de buracos negros formados ao longo do tempo, os cientistas notaram que, à medida que estrelas massivas colapsam em buracos negros, a quantidade de energia escura no universo aumenta. Isso sugere que buracos negros podem ser uma fonte de energia escura.
O DESI está no início de suas operações e os próximos estudos devem ajudar a confirmar ou descartar a hipótese dos buracos negros como fonte de energia escura. Segundo a equipe, o novo artigo marca uma mudança radical na pesquisa, transformando a questão de uma hipótese teórica para um experimento científico.
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