Cientistas da universidade de Amsterdam concluíram que mudanças no “feedback de mídia social” podem afetar a saúde mental dos jovens ao desencadear alterações constantes no humor.  

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O estudo demonstrou que os jovens são mais sensíveis às curtidas do que os adultos, e essa sensibilidade se traduz em mudanças no humor e no engajamento nas plataformas. 

Ao receber um feedback negativo, ou seja, menos curtidas do que o esperado, o tempo gasto dentro da rede social tende a aumentar em uma busca ansiosa pela aprovação. Os autores destacam que isso pode afetar a saúde mental por provocar mudanças constantes e abruptas no estado de ânimo. 


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Publicada neste mês na Science Advances, a pesquisa feita com mais de 7 mil jovens e 8 mil adultos demonstrou que quando os indivíduos mais jovens recebem mais curtidas do que esperavam, seu humor melhora. E o contrário também se verifica: ao receber menos curtidas, o humor piora.  

“A adolescência é um período de desenvolvimento durante o qual tanto a sensibilidade à recompensa quanto à rejeição são particularmente fortes, e estas têm sido, respectivamente, associadas ao aumento do comportamento impulsivo e aos sintomas depressivos”, descreveu à imprensa Wouter van den Bos, um dos autores do estudo. 

Os resultados sugerem que as empresas de tecnologia precisam oferecer intervenções para lidar com os efeitos colaterais despertados pelo uso das redes em tenra idade. 

Como exemplo, os pesquisadores propõem que as plataformas mudem as estruturas de incentivo e recompensa, diminuindo a ênfase em curtidas para propor um engajamento significativo. 

Além disso, os autores apontam a ineficiência da estratégia que visa fortalecer a alfabetização digital dos jovens, já que eles têm mais contato com esse tema do que qualquer outra geração. Em vez disso, segundo eles, o objetivo deve ser desenvolver um método de regulação das emoções para lidar com os estímulos dos ambientes online.

Abordagem do estudo

Reprodução/Pxhere

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores analisaram um grande conjunto de dados de postagens reais do Instagram e usaram um modelo computacional para capturar a sensibilidade a curtidas. 

Depois, foi feito um estudo experimental, que imitou os recursos das plataformas para rastrear mudanças de humor. 

Por último, eles conduziram um estudo exploratório de neuroimagem, que mostrou que a sensibilidade ao feedback da mídia social está relacionada a diferenças individuais no volume da amígdala, região do cérebro responsável por processar emoções.

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