Para enterrar os mortos, é costume recorrer aos caixões retangulares, feitos quase sempre de madeira, com entalhes e adornos ou não. É impossível desassociar essa prática funerária de uma tradição milenar, mas, além do hábito, a urna reduz o risco de contaminação ambiental, facilita o transporte e evita a disseminação de doenças.
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Apesar disso, é interessante observar que o uso de caixões é algo relativamente recente para os humanos, quando se analisa a tradição da prática de enterros. Classificado como um comportamento complexo, os humanos antigos já enterravam seus entes há mais de 40 mil anos. Existem registros de sepultamentos do Paleolítico Superior. Outros hominídeos faziam isso há cerca de 100 mil anos.
Ao longo de toda essa história, nem sempre um caixão foi usado. Em muitos casos, o corpo era enterrado diretamente no solo, em um cava rasa, com alguns bens. Entretanto, a forma de se lidar com os mortos foi se modificando.
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Hoje, o mais comum é recorrer à madeira, mas, no passado, os caixões já foram construídos de formas muito diferentes. O calcário era usado pelos romanos, enquanto que o chumbo era recorrente na Idade Média.
De forma oposta, muitas pessoas chegam até a rejeitar a ideia de enterros, optando pela cremação (processo de incineração). Outras práticas consideradas mais ecológicas também ganham espaço em alguns locais.
Por que os caixões são “populares”?
Embora refletir sobre a morte seja um tabu, existem algumas questões práticas para a popularidade dos caixões — inclusive, os indivíduos que serão cremados tendem a estar dentro de um caixão.
Os caixões são uma forma digna de transportar o corpo, permitindo que seja facilmente carregado. Em algumas culturas, é um gesto de respeito e de conexão com o falecido carregar o caixão pela alça até a cova. Isso seria bem mais complexo se existisse apenas um saco para o cadáver.
Ainda analisando a questão da praticidade, o caixão é uma forma eficiente de evitar que diferentes animais encontrem os restos mortais de uma pessoa. Sem essa barreira protetora, cães e outros animais poderiam “escavar” o solo de cemitérios.
Doenças transmitidas pelo cadáver
Em alguns casos, os restos humanos podem representar risco à saúde, então a ideia de um caixão ajuda a reduzir ainda mais qualquer problema de contaminação. Normalmente, o risco é maior para trabalhadores que manuseiam cadáveres.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cadáveres podem transmitir para esses trabalhadores tuberculose, vírus presentes no sangue (como hepatite B e C e HIV) e infecções gastrointestinais (como cólera, E. coli e hepatite A). Isso quando se analisa as condições ideias para a transmissão de um patógeno, preferencialmente nas primeiras horas.
Também há a questão da contaminação ambiental, sendo que esta vai se acentuando conforme o processo de decomposição avança. Por isso, em muitos países, corpos somente podem ser enterrados em áreas próprias e classificadas como cemitérios. De preferência, estão longe dos lençois freáticos e das fontes subterrâneas de água potável.
Novas formas de enterro
Os enterros tradicionais com caixões e sepulturas e as cremações são as maneiras mais comuns de lidar, respeitosamente, com um cadáver humano. Entretanto, há uma série de novas práticas funerárias sustentáveis que têm surgido.
É o caso da liquefação, capaz de dissolver os tecidos do corpo em água alcalina aquecida. Isso reduz as emissões de gases de efeito estufa, e o produto final não gera danos ao meio ambiente.
As cápsulas biodegradáveis, feitas de materiais como amido de batata (como um caixão sustentável), também surgem como alternativa, já que se decompõem junto ao corpo. Outra opção é a compostagem humana, na qual o corpo é transformado em matéria orgânica nutritiva para o solo, como se fosse um adubo.
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