Com a ajuda de tecnologias de laser LiDAR, cientistas encontraram uma cidade pra lá de centenária — são ruínas maias na Península de Yucatán, no México, contendo até 6.674 estruturas, incluindo pirâmides como as de Chichén Itzá e Tikal. Os achados foram publicados na última terça-feira (29) no periódico científico Antiquity.

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Um dos aspectos interessantes da pesquisa é que ela combinou mapas já existentes produzidos com a tecnologia LiDAR para estudar a região: esses scans são feitos ao atirar pulsos laser na superfície, mostrando o relevo através de árvores e outros obstáculos. O complexo maia tem uma idade estimada em 1.500 anos.

“Gambiarra” científica no México

Apesar de inovadora e bastante útil à ciência, tendo revelado inúmeras cidades perdidas nas últimas décadas, a tecnologia LiDAR não é barata, e certamente não está disponível a cientistas novatos como Luke Auld-Thomas, autor principal do estudo, da Universidade do Norte do Arizona. Ele e sua equipe, no entanto, tiveram uma ideia para contornar o problema e achar a cidade maia.


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O scan LiDAR revelou pirâmides, praças, campos de bola e uma urbanização maia complexa no México (Imagem: Auld-Thomas et al./Antiquity)
O scan LiDAR revelou pirâmides, praças, campos de bola e uma urbanização maia complexa no México (Imagem: Auld-Thomas et al./Antiquity)

Outras ciências, como ecologia, engenharia civil e florestal, por exemplo, têm usado a mesma tecnologia para mapear regiões de todo o mundo por razões diferentes. E se outras análises da região já estivessem disponíveis, pensou Auld-Thomas? Com isso, ele conseguiu combinar estudos pré-existentes de monitoramento de carbono em florestas mexicanas, totalizando 129 km² na região de Campeche.

O local nunca havia sido estudado com o intuito de encontrar ruínas maias, e foi exatamente o que a equipe encontrou, escondidas entre fazendas e rodovias modernas. Nomeada como Valeriana, em homenagem a uma laguna próxima, a metrópole perdida vem do período Clássico maia, entre 250 d.C. e 900 d.C., e possui características iguais à capital política dos maias.

São diversas praças conectadas por vias pavimentadas largas, pirâmides-templos, um campo para jogar bola e vários terraços. Casas se espalham pelas colinas, indicando uma urbanização complexa.

As ruínas são as primeiras estruturas maias encontradas no centro-leste de Campeche, uma densidade e diversidade crescentes à medida que os cientistas encontram mais cidades perdidas: isso pode mostrar maneiras mais sustentáveis e pré-existentes de vida urbana, importantes para o momento em que vivemos, em meio a mudanças climáticas e desafios sociais.

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