Marte já foi um mundo úmido e quente, mas hoje é um planeta frio e árido. Será que seria possível mudar isso? Para descobrir, Robert Olszewski, professor da Universidade de Varsóvia, decidiu investigar quanto aquecimento causado pelo efeito estufa seria necessário para aumentar a temperatura por lá o suficiente para árvores crescerem.
- Clique e siga o no WhatsApp
- Mistérios de Marte: 5 perguntas sobre o Planeta Vermelho ainda sem respostas
- Foto da Terra vista de Marte mostra o quanto somos minúsculos
As condições atmosféricas encontradas em Marte atualmente tornam impossível a existência de vida por lá. Assim, os autores decidiram trabalhar com as condições que permitiriam o crescimento das plantas tomando como base a terraformação, processo que descreve mudanças propositais na atmosfera, temperatura e topografia de um planeta para torná-lo habitável.
Olszewski e seus colegas analisaram o chamado balanço energético em Marte, que inclui as trocas de calor durante a condensação e evaporação do dióxido de carbono, troca de calor com a subsuperfície e transporte deste pela circulação atmosférica. Depois, eles usaram os dados de temperatura e pressão obtidos pelo lander Viking, da NASA, para simular processos variados no Planeta Vermelho.
–
Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Em seguida, a equipe analisou a pressão atmosférica total, a maior porcentagem possível de dióxido de carbono, a quantidade de oxigênio necessária, a quantidade de água disponível e a amplitude térmica necessária para árvores crescerem. “Focando na temperatura, ela deveria ser algumas dezenas de graus mais alta, e as flutuações diurnas deveriam ser bem mais baixas”, observaram os autores.
Eles concluíram que a época de crescimento das árvores deveria durar pelo menos 110 sóis (nome dado aos dias em Marte, que são um pouco mais longos que os da Terra). O período foi determinado levando em consideração as temperaturas mínimas, médias e máximas que podem ser alcançadas por lá.
Os autores ressaltaram que, na Terra, as árvores mais altas são encontradas principalmente nos trópicos, e são moduladas pela localização do equador térmico. “Portanto, seria esperado que as regiões equatoriais de Marte fossem o local da primeira árvore”, acrescentaram. Mas não foi isso que aconteceu.
Na verdade, eles observaram que a excentricidade orbital do planeta faz com que seu hemisfério sul tenha verões relativamente quentes. Portanto, o verão quente e longo por lá poderia criar a primeira época de crescimento adequada para as árvores. “Especificamente, descobrimos que a baixa elevação da Bacia do Hellas permite a criação das primeiras condições favoráveis ao crescimento das árvores”, concluíram. Trata-se de uma grande bacia de impacto no hemisfério sul do planeta.
Os resultados foram apresentados durante o Encontro de Astrobiologia e Futuro da Vida realizado em Houston, no Texas.
Leia mais matérias no ItechNews .