Astrônomos detectaram raios gama de altíssima energia vindos do sistema V4641 Sagittarii, onde um buraco negro devora matéria de uma estrela companheira gigante. A descoberta surpreende por se tratar de uma fonte de radiação tão intensa em um buraco negro de massa estelar tão próximo da Terra.

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  • Buraco negro “faminto” devora matéria 40 vezes acima do limite imaginado
  • Foto do buraco negro da Via Láctea está “errada”, dizem cientistas

Em 1999, graças a um surto intenso de raios X, os cientistas descobriram que o objeto V4641 Sagittarii, localizado a 20.000 anos-luz da Terra, possui um buraco negro. A emissão o transformou na fonte de um dos jatos superluminais mais rápidos da Via Láctea.

O sistema consiste em uma estrela gigante de classe B com 3 massas solares, orbitando o buraco negro com cerca de 6 massas solares a cada 2,8 dias. A estrela apresenta variações de brilho causadas pela distorção gravitacional.


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Essa varação de brilho da estrela também ocorre porque, em parte de sua órbita, um disco de acreção de matéria ao redor do buraco negro passa à frente dela, criando um “eclipse parcial”. Esse disco é formado pela matéria da estrela “roubada” pelo buraco negro.

Durante os momentos de intensa atividade dessas interações, o buraco negro libera jatos e raios gama de energia extremamente alta. Agora, um novo estudo revelou que os jatos do V4641 Sagittarii podem ser mais energéticos do que se imaginava.

Uma ilustração do microquasar V4641 Sagittarii acima do observatório HAWC, responsável pela descoberta (Imagem: Reprodução/Colaboração HAWC)

Um novo estudo revelou que a radiação liberada pelo V4641 Sagittarii pode atingir energias de até 200 TeV, uma das mais altas observadas no espaço. Até então, os cientistas acreditavam que raios gama de energia tão elevada vinham de quasares, onde buracos negros supermassivos nos centros das galáxias liberam enormes quantidades de energia.

Buracos negros pequenos com discos de acreção e jatos energéticos, como o V4641 Sagittarii, são conhecidos como microquasares e emitem raios gama com mais de 25 TeV — o que já é surpreendente. Mas o nível energético do V4641 Sagittarii é equivalente ao dos quasares regulares, algo considerado impossível.

A descoberta indica que microquasares como o V4641 Sagittarii podem ajudar a entender melhor os quasares, muito mais difíceis de observar por estarem a milhões ou bilhões de anos-luz de distância.

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