Os cinco sentidos sempre despertaram muita curiosidade para a comunidade científica, e agora, um novo estudo da Linköping University (Suécia) anunciou a descoberta de 16 tipos distintos de células nervosas envolvidas no tato humano.
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O estudo publicado na Nature Neuroscience revela como as células nervosas respondem a estímulos. Com um método chamado microneurografia, os pesquisadores conseguiram expor as células nervosas da pele à temperatura, ao toque ou a certos produtos químicos e “ouvir” uma célula nervosa individual para descobrir se essa célula nervosa específica reage e envia sinais ao cérebro.
Graças ao método, o grupo de pesquisadores conseguiu identificar um tipo de célula nervosa que responde ao toque agradável, e descobriu que esse tipo de célula inesperadamente também responde ao calor e à capsaicina, a substância que dá calor ao pimentão. A resposta à capsaicina é típica dos neurônios da dor.
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O mesmo tipo de célula nervosa também respondeu ao frio, apesar de não produzir a única proteína sensível ao frio conhecida até agora. A descoberta não pode ser explicada pelo que se sabe sobre a maquinaria da célula e sugere que existe outro mecanismo de detecção de frio.
Enquanto isso, um tipo de célula nervosa de dor demonstrou responder ao frio e ao mentol. Anteriormente, um estudo da University of Oklahoma mostrou que sensações de dor, temperatura e gosto são neurologicamente ligadas.
Células nervosas
O objetivo dos cientistas suecos era criar um atlas detalhado de diferentes tipos de células nervosas envolvidas no sentido humano do tato e compará-lo com ratos e macacos.
O estudo contou com análises detalhadas de quais genes as células nervosas individuais usam, por sequenciamento profundo de RNA. Neurônios que tinham perfis de expressão gênica semelhantes foram agrupados como um tipo de neurônio sensorial.
“Há dez anos que ouvimos a sinalização nervosa nessas células nervosas, mas não tínhamos ideia das propriedades moleculares das células. Neste estudo, vemos quais proteínas essas células nervosas produzem e a que tipo de estímulo elas respondem. É um enorme passo em frente”, diz Håkan Olausson, um dos autores.
“Existe uma opinião de que as células nervosas são muito específicas, que existe uma célula nervosa para o frio, outra que sente vibrações e uma terceira que reage à pressão e assim por diante. As pessoas costumam falar sobre o sistema nervoso nesses termos. Mas agora vemos que é muito mais complicado do que isso”, conclui Saad Nagi, em comunicado da universidade.
O tato de humanos, macacos e ratos
Os cientistas também disseram que muitos dos 16 tipos de células nervosas que os pesquisadores identificaram no estudo são praticamente os mesmos entre as espécies. A maior diferença que os pesquisadores encontraram foi nos neurônios da dor de condução rápida que respondem a estímulos que podem causar lesões.
O estudo diz que, em comparação com o rato, os humanos têm muito mais neurônios de dor do tipo que envia sinais ao cérebro em alta velocidade.
“Essa dor é sinalizada em uma taxa muito maior em humanos em comparação com ratos. É simplesmente um reflexo do tamanho do corpo. No rato, essa sinalização nervosa rápida não é necessária. Mas nos humanos as distâncias são maiores e os sinais precisam ser enviados ao cérebro em uma velocidade maior”, sugerem os cientistas.
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