Nesta terça (12), a Agência Espacial Europeia (ESA) celebra os 10 anos do pouso do lander Philae sobre o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O lander era parte da missão Rosetta, e fez história ao realizar o primeiro pouso em um objeto do tipo a mais de 500 milhões de quilômetros do nosso planeta.  

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O 67P/Churyumov-Gerasimenko é um cometa observado pela primeira vez em 1969. Ele viaja o Sol em uma órbita que cruza aquelas de Júpiter e Marte e parece ter vindo do Cinturão de Kuiper, uma região além da órbita de Netuno. Através dos dados da Rosetta, os cientistas descobriram que o vapor d’água neste cometa é bem diferente daquele a Terra, identificando até compostos que sugerem como seria seu cheiro.

Sequência de imagens feitas enquanto a Rosetta se aproximava do cometa 67P/C-G (Imagem: Reprodução/ESA/Rosetta/Navcam)

Foi em 6 de agosto de 2014 que a Rosetta chegou ao objeto, marcando o início da caçada de um local para o pouso. O lugar ideal deveria ser seguro o suficiente para o procedimento, sem deixar de lado o potencial para descobertas científicas. Após algumas semanas, a escolha foi feita.


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A equipe da missão decidiu descer o Philae a Agilkia, uma estrutura de relevo suave encontrada no lóbulo menor do 67P. Na noite antes do grande momento, eles descobriram um problema: um sistema do Philae, responsável por evitar um ricochete na hora do contato, não funcionou.

Portanto, o Philae iria depender dos seus arpões e parafusos para se fixar na superfície do cometa. Mesmo assim, a equipe decidiu seguir com o procedimento e, felizmente, tudo correu tão bem que o lander tirou fotos incríveis ao longo das sete horas de descida à superfície.

 

Ali, o Philae usou seus instrumentos para “farejar” o gás e poeira do 67P em busca de compostos que poderiam estar presentes no Sistema Solar primordial. Foram identificados ali 16 compostos orgânicos ricos em carbono e nitrogênio — alguns, inclusive, podem ter tido papel importante na síntese dos ingredientes necessários para a vida como conhecemos. Além disso, o lander coletou dados sobre o campo magnético do cometa.

Quando o Philae encerrou suas atividades, a Rosetta ainda passou algum tempo transmitindo dados do objeto ao longo da sua órbita ao redor do Sol. Antes de a Rosetta chegar ao fim da sua missão, ela desceu a Sais, local que se revelou o local de pouso final do lander. 

O legado da missão Rosetta ajudou a ESA a desenvolver vários outros projetos de exploração espacial. Um deles é a futura missão Comet Interceptor, que vai perseguir um cometa em sua primeira visita pelo Sistema Solar. Além disso, a agência lançou a missão Hera, que vai estudar o asteroide atingido pela missão DART, da NASA.

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