O intestino, que também é conhecido como “o segundo cérebro” devido à quantidade de neurônios nele presentes, pode ser um dos órgãos responsáveis por um envelhecimento saudável, segundo uma pesquisa publicada em setembro na revista científica Nature.
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Realizado por cientistas do Instituto Genoma de Singapura (GIS), o estudo consistiu em analisar parâmetros intestinais de 234 pessoas de Singapura na faixa etária compreendida entre 80 e 89 anos. Usando sequenciamento de DNA, a equipe descobriu uma diminuição significativa na diversidade bacteriana intestinal à medida que os indivíduos envelhecem.
O achado pode ajudar a identificar o nível de risco para doenças associadas ao envelhecimento e, assim, facilitar a detecção e tratamento precoces.
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Entre os dados considerados estão o declínio de Faecalibacterium prausnitzii, uma bactéria responsável pela produção de butirato, um ácido graxo essencial que mantém a saúde intestinal, reduz a inflamação e facilita a comunicação entre intestino e cérebro.
Em contrapartida, houve aumento nas espécies Alistipes e Bacteroides, que se uniram para manter os níveis de butirato. A hipótese é de que isso tenha ocorrido como uma maneira de compensar a diminuição de F. prausnitzii.
Depois, os cientistas verificaram a associação entre alterações bacterianas intestinais e marcadores de saúde, como inflamação, açúcar no sangue e níveis de vitaminas.
Eles, então, identificaram que outras três delas (Parabacteroides goldsteinii, Streptococcus parasanguinis e Bacteroides coprocola) relacionadas aos níveis de glicemia de jejum e aos níveis de vitamina B12, respectivamente, podem servir como indicadores para monitorar o envelhecimento saudável.
“Nossas descobertas estabelecem as bases para pesquisas futuras que visam desenvolver terapias probióticas e prebióticas direcionadas para permitir o envelhecimento saudável por meio da modulação do microbioma intestinal”, afirmou o líder sênior do grupo Niranjan Nagarajan, em um comunicado à imprensa.
Probióticos e prebióticos são substâncias que ajudam na manutenção da saúde do intestino e do organismo. São elas:
- Probióticos: microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas;
- Prebióticos:carboidratos não digeríveis, presentes em frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas e sementes.
Vale destacar, no entanto, que o envelhecimento é um fenômeno complexo e multifatorial, com várias funções do corpo apresentando declínio constante e simultaneamente.
O estudo oferece pistas importantes, mas também possui limitações, uma vez que só considerou participantes da Ásia e, portanto, não é possível fazer uma extrapolação para outras populações.
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