Comprar na internet sempre gerou certo receio na cabeça do consumidor comum, seja por preocupações com golpes ou com falsas promoções: o popular “tudo pela metade do dobro”. Mas, para o Google, essas não são mais preocupações para a Black Friday 2024. A empresa contou ao que, atualmente, o consumidor está mais apto para aproveitar a temporada de promoções e fazer suas compras sem medo.
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Gleidys Salvanha, diretora de Negócios para o Varejo do Google, destaca que 61% dos consumidores estão dispostos a comprar durante a Black Friday e que, desse total, 72% têm alta probabilidade de concretizar a compra.
“Essa não é uma preocupação do Google, [os preços inflados às vésperas da Black Friday]. A gente acredita que esses episódios foram superados”, destaca a executiva.
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Para reforçar essa segurança, o Google também comenta sobre as ações tomadas para dar mais tranquilidade para o consumidor brasileiro ao comprar na Black Friday. Uma dessas medidas é a parceria firmada com o Reclame Aqui, para que o cliente possa ter, dentro do Google Shopping, informações relevantes sobre produtos e marcas, como possíveis atrasos na entrega ou até mesmo produtos que não atendem às expectativas do usuário.
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Quais são as expectativas para a Black Friday
Para Salvanha, os consumidores estão mais espertos em relação aos preços e costumam pesquisar bastante nos meses que antecedem a Black Friday. Assim, eles acompanham os valores de produtos ou itens desejados bem antes da data, para se precaverem de “falsas promoções”.
Então, há uma preparação tanto às vésperas da Black Friday quanto ao futuro. Há casos, por exemplo, de consumidores que adiantam uma compra que fariam no futuro caso encontrem uma boa oferta já na data.
As empresas não costumam divulgar estimativas de números para a Black Friday mas, olhando nos meses que antecedem novembro, o Google está otimista com a temporada de promoções deste ano. Isso porque houve um aumento nas buscas por produtos de consumo durante o primeiro semestre desse ano: uma alta de 13% em relação ao mesmo período no ano passado.
E, para a gigante das buscas, esses números dos primeiros meses do ano costumam servir bem como um “termômetro” para o que esperar em novembro. Outro ponto que pode aumentar as esperanças de que a Black Friday 2024 movimentará mais é que, diferente dos anos anteriores, a data não divide espaço com outros eventos.
Em 2022, por exemplo, ela ocorreu na mesma época da Copa do Mundo, então houve uma divisão da atenção entre os dois “eventos”. Esse ano, porém, Salvanha espera que a data possa “reinar sozinha”.
A Sociedade Brasileira do Varejo e Comércio (SBVC) também vê a data como uma possibilidade de expansão para outras categorias que, anos antes, não costumavam participar de ofertas.
“Outras categorias foram abraçando a Black Friday, como supermercados e até farmácias, que era um segmento menos aderente a datas promocionais do varejo. Então, eu diria que hoje é uma data multicategoria”, destaca Eduardo Terra, presidente da SBVC.
O executivo também acredita que, atualmente, a Black Friday está em passo de competir com outra data comercial importante: o Dia das Mães. Como uma ocasião “presenteável” — assim como o Natal — o Dia das Mães sempre esteve em alta, porém a sexta-feira mais famosa do ano compete já pelo segundo lugar. O Natal, porém, segue como líder absoluto em relação ao comércio.
E, falando em Natal, apesar de o foco da Black Friday ser a compra de itens não-presenteáveis, também há um movimento que a SBVC considera como “antecipação de presentes”, na qual muitos consumidores aproveitam os preços baixos — que raramente acontecem no mês de dezembro — para adiantar alguma compra de presente.
Apesar de isso ocorrer bem pouco, e o grande volume de compras serem pessoais, é possível que esse comportamento movimente um pouco, principalmente o mercado de brinquedos, por exemplo. De acordo com o Google, cerca de 28% das compras nessa categoria são para presentes de Natal, mas destaca que 80% das compras na Black Friday são movimentadas por consumidores que compram para si próprios.
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Quais categorias devem movimentar mais a Black Friday?
Apesar de não haver dados estimativos divulgados, as buscas feitas no Google durante os meses e dias que antecedem a data podem ser uma boa forma de “prever” o que mais movimentará a Black Friday no dia 29.
Segundo Salvanha, os smartphones são os itens mais pesquisados pelos consumidores — com levantamentos mais recentes feitos nos dias 3, 4 e 5 de novembro em comparação com os três dias anteriores. Em segundo lugar ficam “alimentos”, e o pódio é completado por “Móveis em geral”.
Confira, abaixo, como fica o ranking das categorias mais buscadas no Google e que podem movimentar bastante a Black Friday:
Categoria | Volume de buscas |
Celulares – Aparelhos | 100 |
Alimentos | 87 |
Móveis – Geral | 58 |
Construção | 52 |
Suplementos e vitaminas | 48 |
Moda – Vestuário Geral | 43 |
Perfumes | 43 |
Moda – Tênis Casuais | 37 |
Eletrodomésticos | 31 |
Games | 24 |
A empresa também divulgou como foi o crescimento de cada categoria no período do dia 3 a 6 de novembro em comparação com os três dias anteriores. Nesse caso, houve um aumento no interesse por itens de moda íntima, camisas de times e eletrodomésticos. Apesar de isso não alterar o panorama, pode indicar um possível crescimento no interesse nas próximas semanas.
Categoria | Variação em relação aos 3 dias anteriores | Volume de busca |
Moda – Íntima | 28% | 8 |
Esportes – Camisas de times | 24% | 5 |
Eletrodomésticos | 19% | 31 |
Móveis – Gerais | 19% | 58 |
Móveis e decoração – Infantil | 19% | 4 |
Eletroportáteis | 18% | 17 |
Celulares – Acessórios | 17% | 4 |
Tablets | 17% | 7 |
Utensílios de cozinha | 17% | 10 |
Moda – Vestuário geral | 16% | 43 |
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O que o mercado tem a oferecer para o consumidor na Black Friday?
Assim como já ocorre há anos, a Black Friday deixou de ser uma única data e passou a acontecer bem antes da fatídica sexta-feira. No Magalu, por exemplo, as promoções começam semanas antes. Com as chamadas “Ofertas Antecipadas”, a loja permite que o cliente já comece a comprar bem antes da data.
Isso ajuda não só a antecipar as ofertas, mas também aproveitar os produtos desejados bem antes. É comum, por exemplo, que os prazos de envios fiquem maiores a partir da Black Friday, então a antecipação de ofertas também é uma forma de contornar isso, em alguns casos.
Mas uma estratégia que o Magalu destaca são as ofertas de “Agora ou Nunca”. Essas promoções, que começaram já no final do mês passado, permitem que o consumidor compre seus itens desejados a um preço histórico por tempo limitado. Essas promoções-relâmpago são divulgadas amplamente na mídia com preços que, segundo a empresa, “não ficarão melhores nem na Black Friday”.
Não só para os clientes, as ofertas antecipadas também são bem vistas com bons olhos pelo Google, que destaca que é uma forma de as próprias lojas se prepararem melhor e oferecerem ofertas por mais tempo.
Outra novidade que promete movimentar bastante a Black Friday no Magalu é a recém-firmada parceria com o AliExpress, que possibilita vender produtos importados na loja virtual da empresa brasileira.
“O AliExpress oferece na nossa plataforma produtos de ticket médio menor, que trazem recorrência de compra e potencializam categorias como as de produtos para decoração, casa inteligente e outros importantes para nós. Desse modo, certamente, haverá buscas por produtos oferecidos pelo AliExpress na nossa plataforma durante a Black Friday”, destacou um porta-voz oficial do Magalu.
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Evitar golpes na Black Friday
A preocupação com possíveis golpes é recorrente e, quando se trata de compras online, o receio pode ficar ainda maior. Para a Black Friday, porém, as empresas costumam redobrar a atenção para oferecer mais segurança aos consumidores. O Magalu destaca essa preocupação:
“A nossa operação, seja ela online ou offline, é repleta de travas e procedimentos de segurança para prever e evitar golpes. Durante a Black Friday, não seria diferente. Nossos times de tecnologia, principalmente o Luizalabs, trabalham durante todo o ano para garantir uma operação segura durante a Black Friday e outras datas tão importantes para o varejo, quanto os picos de acessos e pedidos acontecem.”
O Google — principal fonte de busca por ofertas — também reforçou sua preocupação com o tema e destacou sua posição em bloquear anúncios fraudulentos e até mesmo suspender suas contas, em alguns casos. Somente na Black Friday passada, a empresa bloqueou 5,5 bilhões de anúncios e 12,7 milhões de contas em todo o mundo por violações às políticas da empresa.
“O Google tem políticas claras de anúncio do que pode ou não pode, e
a gente sempre faz filtros, revisões humanas e revisões a partir de inteligência artificial. Quando a gente pega alguma violação, tomamos uma ação no mesmo momento, removendo o conteúdo”.
O buscador também pode aplicar punições. Se houver reincidência, o Google pode bloquear o anunciante e bani-lo de sua plataforma.
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