Os buracos negros são alguns dos objetos mais misteriosos do universo, e assim como o Sol, também são cercados por coroas. É difícil observar estas estruturas, mas mesmo assim os cientistas conseguiram detectá-las e revelar seus formatos.
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Para entender melhor o que é a coroa dos buracos negros, considere nosso Sol: o astro é cercado pela coroa, nome dado à sua atmosfera mais externa que chega a milhões de graus. Normalmente, ela fica ofuscada pela luz solar, mas pode ser vista durante eclipses solares totais.
Enquanto isso, o conhecimento atual sobre os buracos negros indica que eles também deveriam ter coroas, que seriam tão difíceis de ver quanto a do Sol. Os buracos negros ativos, por exemplo, seriam cercados por um toro de gás e poeira em formato de donut, onde estaria o disco de acreção de material alinhado com o plano de rotação do objeto.
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Nos polos do buraco negro, estão jatos de gás ionizado se movendo quase à velocidade da luz. A parte mais interna do disco de acreção seria tão quente que chegaria a alguns bilhões de graus, mas como ela é bem difusa, sua luz seria ofuscada por aquela emitida pelo próprio disco.
Para conseguir observá-la, os pesquisadores trabalharam com um truque: a orientação do buraco negro em relação a nós faz com que o toro de gás e poeira escondam parte do disco de acreção, enquanto esta estrutura se mantém visível em outros buracos negros. Por ora, fiquemos com os primeiros, que são como o Sol em um eclipse solar: a luz do disco deles está oculta do observador, assim como a coroa.
Só que esta estrutura é tão quente que emite raios X extremamente energéticos, capazes de se dispersarem no material do toro e serem refletidos no nosso campo de visão. Pensando nisso, os pesquisadores coletaram dados de buraco negros com seus discos ocultos e conseguiram observar os raios X das coroas, bem como os padrões ali.
Eles descobriram que a coroa ao redor dos buracos negros não é difusa como a coroa solar, mas sim que tem estrutura parecida com a do disco de acreção. Os resultados vão ajudar os pesquisadores a entender melhor estes objetos intrigantes, revelando também como eles se alimentam de matéria.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.
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