A quantidade total de água doce da Terra caiu abruptamente e se mantém baixa há 10 anos, segundo equipe internacional de cientistas. A análise se deu por meio de observações feitas na Alemanha, com auxílio de satélites da NASA.
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Publicado no início do mês na Surveys in Geophysics, o estudo sugere que o planeta entrou em uma “fase persistentemente mais seca”. Foi observado também que 13 das 30 secas mais intensas do mundo captadas pelo satélite Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE) ocorreram desde janeiro de 2015.
O declínio da água doce relatado no estudo começou com uma seca massiva no norte e centro do Brasil, e foi seguido logo por uma série de grandes secas na Australásia (região que inclui Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e ilhas vizinhas da Indonésia), América do Sul, América do Norte, Europa e África.
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Um fator que contribui para isso foram as temperaturas oceânicas mais quentes no Pacífico tropical do final de 2014 até 2016, culminando em um dos eventos El Niño mais significativos desde 1950.
O El Niño é um evento climático que causa o aquecimento atípico das águas do Oceano Pacífico. Ele, por sua vez, causou mudanças nas correntes atmosféricas, alternando os padrões de clima e chuva em todo o mundo.
No entanto, mesmo depois que diminuiu, a água doce global não se recuperou. Esse fator se deve, provavelmente, ao aquecimento global, que contribui para o esgotamento duradouro da água.
Ainda não é possível saber se essas reservas se recuperarão aos níveis de 2015, se elas se estabilizarão no nível atual ou se sofrerão um declínio ainda mais intenso.
Os nove anos mais quentes já registrados nas medições modernas coincidiram com a queda da quantidade de água doce. Considerando esse fato, um dos autores do estudo, Matthew Rodell, disse, em comunicado à imprensa, que a atual situação “pode ser um prenúncio do que está por vir”.
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