Na floresta amazônica, as tempestades convectivas podem desencadear ventos extremos, capazes de arrancar e destruir centenas de árvores, incluindo as centenárias ou gigantes. É um fenômeno sem espectadores diretos, mas altamente potente e grave na Amazônia.
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A partir de imagens e dados de satélite, uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo membros da Friedrich Schiller University Jena (Alemanha) e da Universidad Nacional de la Amazonia Peruana (Peru), investiga como o fenômeno acontece. É mais comum na Amazônia Central e Ocidental, que engloba a região Norte do Brasil.
As derrubadas de árvores pelo vento (ou desenraizamento, em alguns casos) na Amazônia “são causadas por correntes de ar descendentes associadas a fortes tempestades convectivas“, afirmam os autores, em estudo publicado na revista AGU Advances.
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O rastro de destruição pode variar de apenas algumas árvores a muitos hectares, o que afeta a floresta de forma significativa. Estes eventos alteram o equilíbrio do carbono do planeta (já que árvores armazenam o carbono) e também podem mudar a composição de espécies na flora.
A seguir, veja a derrubada de parte da floresta tropical, que ocorreu em fevereiro de 2020, afetando uma área com 105 hectares:
Segundo os autores, os registros do fenômeno estão se intensificando nos últimos anos, o que pode ser um efeito pouco conhecido do aquecimento global.
Ventos extremos derrubam árvores
Para entender como as árvores da Amazônia podem ser derrubadas, é preciso conhecer os fatores envolvidos. Quase sempre associadas a nuvens cumulonimbus, as tempestades convectivas se formam devido ao movimento ascendente de ar quente e úmido. São normalmente associadas com chuvas intensas, ventos fortes e raios.
Em condições específicas, são formadas fortes correntes de ar descendente durante as tempestades. Nestes casos, o ar frio “desce” da nuvem para o solo, criando rajadas intensas de vento. Também são muito rápidas. Se estes ventos extremos atingem uma área de floresta, podem derrubar árvores, como é observado na Amazônia.
Impacto na floresta amazônica
A partir dos dados do satélite LandSat, a equipe de cientistas conseguiu visualizar mudanças na paisagem da Amazônia de 1985 a 2020 e rastreou grandes áreas que foram afetadas pelos ventos extremos (quando mais de 30 hectares são comprometidos).
Assim, eles identificaram 3,1 mil eventos de derrubada em massa de árvores na floresta amazônica em 35 anos. Neste período, a frequência do fenômeno aumentou quase quatro vezes. O evento mais extremo observado no período foi o que devastou uma área de 2,5 mil hectares.
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