O telescópio Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA), pode encontrar 170 mil lentes gravitacionais enquanto mapeia o universo. Segundo pesquisadores liderados por R. Pearce-Casey, da Universidade Open, no Reino Unido, a inteligência artificial pode ajudar na tarefa, mas a verificação humana é necessária para evitar falsos positivos.
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As lentes gravitacionais são um fenômeno previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Basicamente, o físico descreveu que um objeto massivo (como uma galáxia ou várias delas) pode distorcer e alterar o espaço, ampliando a luz do que estava mais distante. O efeito da lente cria fenômenos visuais diversos, como arcos e imagens multiplicadas.
Portanto, as lentes gravitacionais ajudam os cientistas a entender melhor a distribuição de matéria pelo universo, que é o que o Euclid vem estudando. Lançado em 2023 pela SpaceX, o observatório vem investigando lentes e as imagens formadas por elas em bilhões de galáxias, permitindo analisar a distribuição de energia e matéria escura.
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Sua missão conta com diferentes campanhas de observação, e uma delas é o Euclid Wide Survey (EWS), que vai estudar o céu em busca de lentes. Os investigadores do projeto estimam que o telescópio deve encontrar cerca de 170 mil lentes gravitacionais fortes (ou seja, que produzem imagens bastante distorcidas), mas isso traz um desafio: como identificá-las em meio a tantos dados?
Algoritmos de machine learning já foram usados na tarefa, mas Pearce-Casey e seus colegas observaram que a tecnologia pode trazer falsos-positivos, o que iria exigir uma inspeção visual humana dos resultados. Por isso, eles tentaram encontrar um modelo de maior qualidade, bem como formas de melhorar o processo de detecção.
A equipe testou a proposta de análise em dados do Euclid já publicados e tiveram resultados promissores — mas ressaltaram que, quando forem usar a ferramenta em dados reais, a verificação humana ainda vai ser necessária. Por isso, eles estão analisando se seria necessária uma segunda etapa de filtragem após a análise para ajudar na identificação das lentes gravitacionais fortes.
Finalmente, eles concluíram que ainda não há ferramentas capazes de substituir a precisão dos olhos humanos — principalmente quando o assunto é diferenciar os falsos positivos e confirmar a existência de lentes gravitacionais fracas e fortes.
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