Antes focada em jogos, as placas de vídeo ocuparam outros espaços com o passar dos anos, como edição de imagens e aceleração de IA mais recentemente. Esse componente é um dos mais complexos em um PC por ter sua estrutura própria, como uma placa principal, processador e memórias próprios, VRMs e cooler.
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O mercado de placas de vídeo já teve bem mais players, como a 3DFX e as famosas Voodoo, além da Matrox, entre outras (sim, existiram várias na década de 1990). Com a virada do milênio, muitas deixaram de existir ou foram adquiridas. A AMD, por exemplo, que atuava apenas no campo de processadores, adquiriu a ATI em 2006, passando a ser a dona das GPUs Radeon e principal rival da NVIDIA e suas GeForce.
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História e evolução das GPUs NVIDIA e AMD
Do lado do Time Verde, houve um importante passo há 25 anos com a chegada da GeForce 256, considerada a primeira GPU nos moldes que temos desde então e, consequentemente, o pai desse componente.
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O maior passo seguinte da NVIDIA seria em 2004 com a chegada das GeForce 6 e suas séries enumeradas que viriam depois. Nessa nova geração, a GeForce 6800 Ultra se destacava como a placa de vídeo mais poderosa da época com 222 milhões de transistores. Antes da estreia do formato que temos até hoje, a NVIDIA chegou até as GeForce 9, com destaque para a linha 9800 GT e suas variantes, que fizeram muito sucesso até depois da chegada das séries seguintes.
Com a arquitetura Fermi em 2010, o Time Verde chegou com as placas de vídeo GeForce GTX 400. Alguns dos destaques dessa fase são as GTX 700 e, principalmente, a GTX 970 na geração seguinte (não houve GTX 800 em desktop), uma GPU bastante popular em 2014 e 2015, mesmo não sendo a mais barata.
Em 2019, a NVIDIA estreia sua atual fase com as GPUs Turing: GeForce RTX 20. De lá até para cá, as placas de vídeo contam com diferentes estruturas de núcleos, com destaque para os núcleos Tensor para IA e RTX para ray tracing, tecnologias que têm dominado o mercado de games nos últimos anos.
Do lado vermelho da disputa, temos o período ATI e o período AMD. Com a criadora das Radeon, o histórico começou em 1986, mas foi a partir de 1995 que a ATI chegou no mercado com sua primeira aceleradora 3D: a ATI 3D Rage. Essa série foi melhorada até 1999, quando abriu espaço para a primeira Radeon em 2000.
As placas de vídeo Radeon se tornaram a principal linha da fabricante os dias de hoje e ganharam diferentes versões com o passar da primeira metade dos anos 2000. Porém foi a partir de 2006, quando a AMD adquiriu a ATI, que tudo começou a mudar. No ano seguinte, as GPUs do Time Vermelho passaram a ser Radeon HD, que duraria muitos anos e disputaria contra as GeForce.
A AMD continuou chamando suas placas de vídeo de ATI Radeon HD, mudando para AMD Radeon somente em 2010 com as GPUs HD 6000. O maior destaque desse período fica para as Radeon HD 7000, que foram as primeiras GPUs a chegarem a 1 GHz de frequência.
O histórico do Time Vermelho vai além com as diferentes séries. Depois das Radeon HD, veio a série Radeon R (seguido de um número, como Radeon R7 270), Vega e a que conhecemos hoje, as Radeon RX começando com a atual arquitetura RDNA que está em sua terceira versão com as RX 7000.
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Tecnologias inovadoras: ray tracing, DLSS e Smart Access Memory
Atualmente, as duas principais fabricantes de placas de vídeo do mercado empregam uma série de tecnologias inovadoras que garantem não só mais desempenho ao componente, como também trazem recursos e funcionalidades exclusivos para suas soluções.
A seguir, listamos e explicamos algumas dessas tecnologias.
NVIDIA
Ray tracing: pioneira em ray tracing em tempo real
As GPUs GeForce RTX são as que oferecem maior desempenho no processamento de ray tracing, seja em jogos ou produção de conteúdo. Tanto as placas de vídeo da NVIDIA quanto da AMD contam com núcleos voltados para essa tecnologia, mas existe uma otimização maior por parte do Time Verde. Atualmente, os núcleos RTX estão na quarta geração, trazendo evolução considerável em ray tracing com as RTX 40.
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DLSS: upscaling baseado em IA para melhorar desempenho em jogos
Outro pioneirismo da NVIDIA é o DLSS, sua tecnologia de upscaling de imagem para jogos. Ela se destaca em relação a solução da AMD porque faz uso de machine learning através dos núcleos Tensor, voltados para o processamento de IA e, consequentemente, entregando melhor resultado de imagem com aceleração de inferência nesse tipo de tecnologia.
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Diferentes núcleos das GeForce RTX
Além dos núcleos CUDA, introduzidos em 2006, que fazem o maior trabalho de computação paralela em jogos e aplicações específicas, existem ainda os núcleos Tensor, voltados para inferência com IA, e os núcleos RTX, responsáveis por calcularem os traçados de raios em jogos. Com essa variedade de estruturas especializadas, as placas de vídeo da NVIDIA conseguem dividir workloads pesados e obter mais desempenho até mesmo nos cenários de uso mais complexos.
AMD
Ray Tracing: um dos calcanhares de Aquiles das Radeon
Pela AMD, o suporte ao ray tracing em jogos começou com a geração anterior de placas de vídeo, Radeon RX 6000 (RDNA 2), e foi aprimorado consideravelmente com a atual geração, embora ainda não consiga disputar em pé de igual com os rivais diretos da NVIDIA.
Smart Access Memory: acelerando comunicação entre Radeon e Ryzen
Em alguns títulos selecionados, os processadores AMD Ryzen conseguem ter uma comunicação mais rápida com placas de vídeo Radeon através da tecnologia Smart Access Memory, resultando em maior desempenho em jogos.
Infinity Cache: aumentando a largura de banda de memória
Além do cache tradicional de GPU, a AMD introduziu em sua arquitetura RDNA 2 o Infinity Cache, um novo nível de memória cache. Ele é responsável por aumentar a largura de banda final da memória das placas de vídeo Radeon, algo que também ajuda no incremento de FPS em jogos.
Desempenho e eficiência
Historicamente, as GPUs NVIDIA GeForce têm vantagem em desempenho comparando com as rivais diretas AMD Radeon. Em certos momentos da trajetória e segmentos específicos, o Time Vermelho teve a vantagem. Atualmente, entre as Radeon RX 7000 e GeForce RTX 40, as placas de vídeo da NVIDIA entregam mais performance em jogos com ray tracing e as soluções da AMD conseguem encostar nas rivais (e às vezes até superá-las) em rasterização — ou seja, em jogos que não empregam ray tracing.
A NVIDIA domina o mercado global de chips para inferência de Inteligência Artificial em grande escala como data centers, mas isso não é diferente no mercado doméstico. As GPUs GeForce RTX são as mais adequadas para esse serviço, já que contam com hardware dedicado: os núcleos Tensor.
Isso se reflete também em aplicações profissionais que fazem uso de IA generativa, por exemplo. Com as placas de vídeo atuais da NVIDIA, existe uma aceleração significativa nesse tipo de processamento em edições de imagem, vídeo e outras aplicações.
Outro fator que costuma se repetir a cada nova geração é a eficiência energética. Um exemplo rápido: a Radeon RX 7600 XT tem 190W de TDP e a GeForce RTX 4060 somente 115W. Apesar de ambas terem desempenho similar em jogos sem ray tracing, a relação performance por Watt é claramente melhor no lado da NVIDIA e isso se reflete nos outros segmentos.
Preço e mercado
Tanto a AMD quanto a NVIDIA oferecem placas de vídeo de entrada, que são as mais baratas e têm menos performance; intermediárias, que se encaixam no meio tanto em desempenho e preço; e high-end com o que existe de melhor em desempenho, mas sendo as mais caras disponíveis.
Preços de placas de vídeo AMD Radeon e NVIDIA GeForce | ||
Segmento | Placa de vídeo | Preço |
Entrada |
AMD Radeon RX 7600 XT NVIDIA GeForce RTX 4060 |
~ R$ 2.000 ~ R$ 1.950 |
Intermediário |
AMD Radeon RX 7700 XT NVIDIA GeForce RTX 4070 |
~ R$ 3.200 ~ R$ 4.500 |
Intermediário superior |
AMD Radeon RX 7800 XT NVIDIA GeForce RTX 4070 SUPER |
~ R$ 3.500 ~ R$ 4.800 |
High-end |
AMD Radeon RX 7900 XTX NVIDIA GeForce RTX 4080 SUPER |
~ R$ 6.800 ~ R$ 7.600 |
Como o mercado brasileiro é instável, encontraremos com facilidade preços diferentes de um mesmo modelo em lojas variadas. Além disso, existe a indisponibilidade repentina e, às vezes, momentânea. Um exemplo atual é a Radeon RX 7700 XT, atual GPU intermediária da AMD que tem tido pouca disponibilidade. O mesmo vale para a GeForce RTX 4070 e algumas de suas variantes. Não existe exatamente uma regra para essa falta de estoque, mas acontece com certa frequência em nosso mercado.
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Suporte e comunidade
Apesar da fama da AMD com drivers problemáticos (herança do passado), o Time Vermelho libera atualizações mensais com correções de problemas, otimizações em jogos e melhorias no software Adrenalin. Mas, ainda assim, é possível ver alguns atrasos de mais de um mês em relação à NVIDIA, que ainda é mais rápida no suporte a novos jogos com drivers, além de outras melhorias e otimizações. Mas é importante notar que a AMD está caminhando para diminuir essa diferença e isso é nítido hoje em dia.
Ambos os lados contam com softwares que fazem uso das tecnologias dessas placas de vídeo. A NVIDIA acabou de passar por uma transição importante nesse aspecto lançando o NVIDIA App, que substituiu o GeForce Experience e trouxe uma central que integra diferentes configurações para GPUs da marca, possibilitando ajustes nos clocks, velocidade das fans, entre outros, além de trazer ferramentas para gamers e criadores de conteúdo.
Com esse movimento, a NVIDIA se aproximou do Adrenalin, software da AMD que já oferecia todas essas ferramentas, além de integração com plataformas de jogos como o Steam.
Futuro e inovações
No momento da publicação deste artigo, estamos no período pré-CES 2025, e o que esperamos para a feira de janeiro é a apresentação e lançamento das placas de vídeo AMD Radeon RX 8000 (RDNA 4) e NVIDIA GeForce RTX 50 (Blackwell) e pelo menos o lançamento das GPUs topo de linha de cada empresa.
As inovações mais esperadas são para o processamento de IA em ambas as gerações, com aprimoramento dos núcleos Tensor por parte da NVIDIA e adição desse tipo de tecnologia do lado da AMD pela primeira vez. Ainda falando no Time Vermelho, existe a expectativa por uma evolução significativa em processamento de ray tracing para rivalizar com a NVIDIA nesse campo, hoje dominado pelo Time Verde.
Qual placa de vídeo escolher: NVIDIA GeForce ou AMD Radeon?
Existe uma clara diferença de desempenho em jogos com ray tracing e qualidade de imagem entregue pelo DLSS nas GPUs NVIDIA GeForce. Mesmo custando mais que suas concorrentes diretas da AMD, elas são superiores quando consideramos esse cenário. Além disso, existe a relação performance por Watt a favor do Time Verde.
Por outro lado, a AMD oferece soluções com custo-benefício mais atraente, além de contar com o FSR que, apesar de não entregar a mesma qualidade do DLSS, tem sido aprimorado e conta com suporte muito mais amplo de GPUs em relação à rival — pois não depende de uma estrutura física, apenas do algoritmo embarcado nos drivers.
É sempre importante ficar de olho nesses aspectos, já que são os que mais influenciam na hora de comprar uma placa de vídeo nova, além de ter bem definido sua necessidade. Enquanto a NVIDIA consegue se destacar em jogos pesados com ray tracing ativado, IA e produção de conteúdo, a AMD lida bem com games e rasterização de imagens, além de ter modelos com preços mais atraentes e acessíveis.
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