O processador é a peça central de todo PC, já que é o cérebro que faz a máquina funcionar, calculando inúmeras vezes por segundo tudo o que o usuário precisa. Por conta disso, a escolha desse componente é importante e essa escolha é mais assertiva quando as nomenclaturas, especificações e tecnologias são conhecidas pelo usuário.

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Neste guia, vamos ajudá-lo a escolher a CPU ideal para as suas necessidades e orçamento, entendendo as principais características desse importante componente.

Tipos de processadores Intel

A Intel conta com diferentes séries de processadores e saber diferenciá-las e para quem é cada uma delas ajuda muito na hora da escolha de seu CPU.


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Intel Core (i3, i5, i7 e i9)

Saber o nível de desempenho de cada segmento dessa série é simples. A letra “i” é sempre seguida de um número (3, 5, 7 e 9) e quanto maior o número, maior é a performance dos processadores desse segmento.

Os Intel Core i3 são voltados para tarefas mais básicas por oferecem menos núcleos e memória cache, além de frequências menores. As CPUs desse segmento são comumente vistos em computadores (notebook ou desktop) para escritórios e estudantes.

A série Intel Core tradicional existe desde 2006 (Imagem: Intel/Divulgação)

Já os segmentos Core i5 e i7 são voltados para jogos, multimídia, criação de conteúdo e processamento mais pesado. Os processadores desses níveis já oferecem mais de 10 núcleos e clocks altos, o suficiente para executar tarefas pesadas.

Por último, temos os Core i9, segmento voltados para workstations e entusiastas. É o mais caro, mas é o que entrega maior desempenho por oferecer uma grande quantidade de núcleos (mais de 20), clocks beirando os 6 GHz e muita memória cache.

Intel Core Ultra

A atual série de processadores de Intel, os Core Ultra começaram nos notebooks com os Core Ultra 100 “Meteor Lake”, chegando aos PCs de mesa em 2024 com a série 200. Assim como os Intel Core, essa nova série também conta com diferentes segmentos.

 

Dá para usarmos a mesma premissa da série anterior para sabermos o nível de desempenho. Mas ao invés da letra “i”, agora temos a palavra “Ultra” seguida de um número (Core Ultra 3, Ultra 5, Ultra 7 e Ultra 9).

Intel Pentium e Celeron

Descontinuados em 2022, a série de entrada com as famílias Pentium e Celeron (substituída por outra série), conta com os processadores mais baratos, mas os mais fracos, já que são voltados para PCs bem simples. Mesmo com modelos equipados com até 5 núcleos, as frequências, memória cache, entre outras configurações, são realmente simples comparados com as outras séries.

Apesar de descontinuados, ainda é possível encontrar alguns modelos disponíveis no mercado e eles são ideais para quem quer ter uma máquina para navegar na internet e usar o pacote Office gastando pouco.

Características fundamentais de CPUs Intel

A cada nova geração de processadores, novas tecnologias são implementadas e melhorias a características comuns são feitas. É sempre importante estar por dentro dessas mudanças para escolher uma determinada geração, entendendo sua evolução sobre a anterior, por exemplo.

Arquitetura

Esse é o aspecto que mais determina a evolução de uma geração para uma outra entre os processadores da Intel. A partir da 12ª geração (Alder Lake), houve uma mudança considerável na estrutura das CPUs com a estreia das arquiteturas híbridas.

A partir de então, todos os processadores contavam com núcleos para performance e outros eficientes, voltados para tarefas menos exigentes. Com a estreia dos Core Ultra 100 nos notebooks, foi adicionado ainda os núcleos de baixo consumo, para momentos em que o PC está em modo ocioso e o consumo de energia é mínimo.

Com essas mudanças, a Intel introduziu o Thread Director, que é um recurso a nível de hardware, usando aprendizado de máquina para otimizar o uso adequado dos núcleos e fazendo o gerenciamento conforme a demanda de processamento. Essa feature eleva o desempenho quando precisa, gerencia a carga de trabalho das CPUs, lida com tarefas rodando em segundo plano e mais.

A arquitetura Alder Lake iniciou a estrutura de núcleos híbridos nos Intel Core (Imagem: Intel/Divulgação)

Clock (frequência)

As frequência falam sobre a velocidade de operação de um CPU. Quanto maior os clocks, mais rápido é o processador, simples assim. Atualmente, todas os processadores operam na casa de GHz, com alguns modelos chegando ao boost (clock máximo) em 6 GHz e até mesmo passando desse valor que é bastante alto.

Núcleos e threads

Mais um aspecto que, quanto maior em números, melhor. Os núcleos são unidades físicas dentro da CPU, responsável pela execução das tarefas. Uma thread é um conjunto de instruções que otimiza o uso do núcleo, permitindo que mais tarefas sejam executadas em um único núcleo (quase como um núcleo extra virtual).

Processadores que oferecem a tecnologia (que é bastante comum atualmente), contam com uma thread por núcleo. Em CPUs da Intel, existe ainda a tecnologia Hyperthreading, que aumenta a quantidade de threads, fazendo com que o processador ganhe mais desempenho em tarefas que exigem múltiplos núcleos.

Cache

A memória cache também está presente em outros dispositivos tecnológicos. Nos processadores, existem diferentes níveis (L1, L2 e L3), cada um com seu próprio papel no auxílio da CPU.

O cache L1 é o que conta com a menor quantidade, porque é o nível mais próximo dos núcleos do processador, fisicamente falando. Ele guarda as instruções que são enviadas para os outros níveis de cache.

A Intel já disse que não precisa da tecnologia de empilhamento de cache como a AMD faz com os Ryzen X3D (Imagem: AMD/Divulgação)

O L2 é maior que o L1 e, por isso, conta com mais armazenamento, embora ao custo de perda de velocidade. Ele é o responsável por enviar dados da CPU para a memória RAM, além de compartilhar dados entre núcleos do processador, aumentando o desempenho no multitasking.

O cache L3 é o único compartilhado entre todos os núcleos. Por ser o maior, chegando a 36 MB em um Core Ultra 9 285K, por exemplo, ele é o mais lento. Esse nível é o último que uma instrução passa dentro da CPU antes de chegar na memória RAM.

TDP

O “Thermal Design Power” é referente a capacidade de dissipação da energia (medida em Watt) em forma de calor de um processador. Chamado de TDP, ele é diferente dos outros aspectos listados aqui, já que quanto maior o número, pior, sendo um indicativo de quanto um modelo consome.

Aspectos que costumam aumentar o TDP são a quantidade de núcleos e frequência, além de outras tecnologias como gráficos integrados (iGPU). Por isso, CPUs com TDP baixo contam com menos núcleos e threads e clocks baixos.

Litografia

Medino em nanômeto (nm), a litografia, que é o processo de fabricação pelo qual é feito um chip (seja CPU, GPU ou outros) é um forte indicativo em relação ao quão moderno é um processador.

Um wafer de silício gera vários processadores (Foto: Intel/Divulgação)

Quanto menor o valor, mais desempenho uma CPU tem e menos ela consome. Um exemplo prático acontece com o Intel Core i9-14900K, feito em 10 nm otimizado na litografia Intel 7, que consome mais que o Core Ultra 9 285K, feito em 3 nm.

Recursos e tecnologias mais importantes nas CPUs Intel

Existem outras tecnologias que também valem a pena ficar de olho quando falamos de processadores da Intel.

Intel Turbo Boost Max 3.0

Com suporte aos processadores de últimas gerações da Intel, o Turbo Max Boost 3.0 otimiza o uso dos núcleos dependendo da tarefa que precisa ser executada pela CPU. A tecnologia é uma mistura de hardware e software, e identifica e direciona as tarefas para o núcleo mais rápido, tornando o desempenho em tarefas específicas mais eficiente.

Gráficos Integrados

Também chamados de iGPU, os gráficos integrados, como o nome sugere, são núcleos gráficos (como em placa de vídeo) dentro da CPU. Eles são responsáveis por dar vídeo em um PC sem GPU dedicada, além de executar tarefas voltadas para esse tipo de tecnologia, como a execução de um jogo, por exemplo.

A arquitetura gráfica Intel Xe é responsável também por executar os codecs de mídia (Imagem: Intel/Divulgação)

Atualmente, os processadores Intel Core contam com gráficos Xe, uma nova arquitetura presente também nas placas de vídeo da empresa. Porém ainda é possível encontrar processadores com UHD Graphics, geração de iGPU anterior do Time Azul.

Vale ressaltar que nem todos os processadores da Intel contam com gráficos integrados. Modelos terminados com “KF” e “F” não possuem a tecnologia.

NPU (Neural Processing Unit)

A primeira geração de NPU para o consumidor chegou com as CPUs mobile Meteor Lake. A “Unidade de Processamento Neural” é responsável pela aceleração de tarefas que fazem uso de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina (machine learning). A tecnologia também está presente em PCs de mesa através da geração Arrow Lake.

Overclocking

Esse é um recurso presente somente nos processadores Intel Core terminados com a letra “K”. Com um ajuste manual nas configurações de uma CPU, é possível aumentar sua potência elevando as frequências que, consequentemente, ocasionam maior aquecimento e temperatura.

Por ser algo delicado, não é recomendado para usuários casuais de PCs, já que precisa de bastante atenção em cada configuração ajustada, podendo até danificar o componente sem os ajustes adequados.

Conectividade

Cada geração de processadores Intel Core oferece suporte a diferentes versões de tecnologias como memória RAM, PCIe, Thunderbolt, Wi-Fi, entre outras. As últimas gerações de CPUs do Time Azul oferecem suporte a DDR5, PCIe 5.0, Thunderbolt 4, Wi-Fi 7 e Bluetooth 5.4.

A conexão Thunderbolt é a melhor forma de conectar uma GPU externa em um notebook (Imagem: Razer/Divulgação)

Caso queira extrair a velocidade máxima de sua placa de vídeo, conexão com a internet e memória RAM, é importante ficar de olho no suporte a essas tecnologias. Apesar da geração mais recente de CPUs para notebooks e PCs de mesa oferecer suporte as versões mais atuais dessas tecnologias, as gerações anteriores oferecem suporte a diferentes versões (como DDR4 e DDR5 juntas, por exemplo), por isso é preciso consultar as páginas de especificações técnicas da fabricante.

Qual processador Intel comprar?

O primeiro quesito que definirá a sua escolha por um processador Intel Core é seu orçamento. Com o devido valor separado, é possível definir qual segmento você irá escolher. Quanto mais gastar, mais desempenho terá.

Depois disso, definir sua necessidade é o próximo passo. É preciso ter em mente o maior uso de seu PC: gaming, edição de vídeo/imagem, criação de conteúdo em geral, produtividade, trabalho, estudo etc. Quanto maior a complexidade de processamento exigido, será preciso mais desempenho, consequentemente.

 

É preciso ainda ficar de olho em compatibilidade com seu processador Intel Core escolhido. Quanto mais caro ele for, maior a necessidade de fonte mais potente, placa-mãe com chipset mais avançado, memórias mais rápidas e assim por diante haverá. Algo que encarece a montagem final da máquina ou a escolha por um notebook.

Conclusão

Tome muito cuidado na hora de escolher seu processador, especialmente sem conhecer essas questões básicas levantadas aqui. Ter o conhecimento desses aspectos garante uma escolha mais acertada, sem riscos de arrependimento.

Sempre procure por especificações de modelos nas páginas oficiais da Intel. O mesmo conselho vale para o caso de placa-mãe, memória RAM, armazenamento e cooler. Não dependa de sites terceiros como lojas, já que existe a chance de repassarem as especificações com informações erradas.

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