A queda de impérios figura entre as mais pesquisadas e misteriosas questões da história, especialmente quando se trata de civilizações conhecidas e importantes na história da humanidade. No caso do Império Romano, especialistas já sugeriram que doenças e mudanças climáticas possam ter posto o último prego no caixão desse povo.
- Clique e siga o no WhatsApp
- Medicina na Roma antiga tinha fórceps, bisturi e pinças como atualmente
- Como romanos faziam concreto que durava milênios — e como podemos reproduzi-lo?
Parte desses pressupostos levou a uma “lenda urbana” da história que dizia que o ano de 536 teria sido o pior ano para se estar vivo, em meio a doenças contagiosas e catástrofes do clima. Um estudo sobre o período, no entanto, surpreendeu cientistas ao revelar que, na verdade, o ano teria sido muito bom — e até mesmo fez os romanos prosperarem.
536, o ano das pragas e catástrofes
Há motivos para que esse ano tenha entrado para a história como um dos piores da civilização romana: foi quando uma erupção vulcânica monstruosa criou uma camada de poeira que bloqueou o sol em alguns lugares do mundo — na década seguinte, outras erupções supostamente teriam diminuído, também, a temperatura global.
–
Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Entre 541 e 544, também ocorreu a Peste de Justiniano, no Império Romano do Leste (ou Império Bizantino), que matou milhões de pessoas.
Alguns estudos mostram não haver evidência textual de que a poeira vulcânica afetou o leste do Mediterrâneo, e há debates sobre o alcance da Peste de Justiniano, mas muitos historiadores ainda citavam esses acontecimentos como catastróficos aos romanos.
Então Haggai Olshanetsky e Lev Cosijns, da Universidade de Oxford, decidiram investigar a situação a fundo para saber os efeitos de tais tragédias, como a pandemia e as erupções, aos bizantinos.
Eles analisaram pequenos estudos de caso espalhados por todo o império para fazer uma análise ampla, mostrando que não houve declínio do domínio romano no século VI — na verdade, registrou-se recorde de população e comércio no leste do Mediterrâneo.
Dados em grande escala de diversos países e regiões foram usados, unidos a dados em microescala que mostraram quando houve declínio regional e até mesmo a nível de cidade. Um dos locais foi a antiga cidade romana de Elusa, no noroeste do deserto de Negev, atual Israel, que tradicionalmente se acreditava ter caído em meados do século VI.
Com carbono-14, usado para descobrir a idade de materiais orgânicos, descobriu-se que a verdadeira queda da cidade ocorreu no séc. VII. Outras análises incluíram naufrágios ocorridos a cada meio século, mostrando o volume de comércio naval no império.
Como o declínio imperial só ocorreu no séc. VII, ele não pode ser conectado à praga de mais de 50 anos antes ou com as mudanças climáticas.
Embora o pico do Império Romano tenha sido no séc. VII na área leste, erros de cálculo na administração e o conflito contra o Império Persa levou a uma espiral de queda, levando ambos a ficarem vulneráveis e caírem sob o domínio dos Turcos Otomanos alguns séculos depois.
Leia também:
- Conheça 10 das cidades mais antigas do mundo
- Conheça 5 cidades perdidas que foram redescobertas
- Cidade subterrânea encontrada na Turquia pode ser a maior do mundo
VÍDEO: Passagem para o Submundo Zapoteca
Leia mais matérias no ItechNews .