Habitualmente, é comum escutarmos que usar eletrodomésticos de madrugada economiza energia, mas esta economia é baseada em uma opção pouco conhecida: a tarifa branca. A modalidade criada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) muda o custo para uma tarifa horária, ou seja, o custo é maior em horários de pico e menor em períodos de baixa demanda. Confira como aderir a esta alternativa para economizar energia e dicas de hábitos.
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É importante frisar que a economia não é garantida em comparação com a tarifa convencional, já que é preciso adotar uma rotina específica de gasto de energia.
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Tarifa branca permite economizar energia de madrugada
Segundo a Aneel, a tarifa branca nada mais é do que uma modalidade tarifária criada para os usuários de baixa tensão (127, 220, 380 ou 440 Volts) para alocar os custos da distribuição da energia elétrica com base no horário de uso de cada residência.
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Em suma, a opção visa considerar o custo da alta demanda em determinados horários e equilibrar o custo com horários que exigem menos da estrutura elétrica (condutores, postes, entre outros).
Na prática, o consumidor consegue reduzir o valor da conta de luz se concentrar o uso da energia em horários de menor demanda e diminuir a utilização dos eletrodomésticos em horários de maior demanda. A agência utiliza a seguinte nomenclatura:
- Período de ponta (geralmente, entre 17h às 20h30): maior tarifa;
- Período intermediário (16h30 às 17h30, retornando das 20h30 às 21h30): tarifa mediana;
- Período fora de ponta (das 21h30 às 16h30 do dia seguinte): menor tarifa.
Os horários acima correspondem aos adotados pela Enel e variam conforme a distribuidora.
Cuidados antes de aderir à Tarifa Branca
Embora a promessa de economizar energia seja atrativa, essa tarifa não é para todos. Para obter uma redução real na conta de luz, é importante se adequar aos horários fora de ponta à risca.
Ou seja, o modelo de cobrança só vale a pena para pessoas com hábitos de uso específicos. Pois o horário de ponta — geralmente o de maior uso — custa mais que a tarifa convencional. É importante lembrar que finais de semana e feriados são considerados períodos de ponta.
Para Priscila Arruda, pesquisadora do programa de Energia do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), o uso dos eletrônicos que consomem muita energia deve fugir do horário de ponta:
“Se o consumidor usa frequentemente equipamentos que consomem energia elétrica, principalmente chuveiro elétrico, forno elétrico ou ar-condicionado, no intervalo entre 16h e 22h — período de ponta —, a adesão à Tarifa Branca não é recomendada, pois deverá aumentar sua conta de luz.” Destacou Arruda.
Outros produtos que merecem atenção especial para otimizar o uso são aquecedores, máquina de lavar, ferro de passar e geladeira. Uma sugestão interessante é automatizar as tomadas com smart plugs e programar horários para elas desligarem automaticamente.
Antes de aderir, a pesquisadora ressalta a importância de saber quais são os períodos vigentes na concessionária local:
“O primeiro passo é saber quais são os períodos de ponta, intermediário e fora de ponta da sua distribuidora. Para isso, o consumidor pode entrar em contato com o serviço de atendimento da distribuidora de energia elétrica que atende a sua região e solicitar a informação, ou realizar uma consulta no site da Aneel”, complementou.
Cada fornecedora de energia disponibiliza um simulador da tarifa branca para ajudar o consumidor a decidir se opta ou não pela categoria. O Idec também apresenta uma funcionalidade semelhante.
Quem pode aderir à modalidade?
Vale mencionar que a tarifa branca não é para todos, mas abrange a maioria da população. O modelo pode ser usado pelos seguintes tipos de consumidores:
- Residencial;
- Rural;
- Industrial, Comércio, Serviços e outras atividades, Serviço Público, Poder Público e Consumo Próprio.
A Aneel ressalta que a categoria não está disponível para consumidores da subclasse Residencial Baixa Renda e recebem desconto. Além disso, a opção não se aplica à iluminação pública.
Como optar pela tarifa branca?
De acordo com a agência, o consumidor que pretende aderir à tarifa branca deve solicitar a sua respectiva distribuidora. O prazo para a concessionária realizar a alteração é de 30 dias. O usuário pode retornar para a tarifa convencional a qualquer momento e, após o pedido, a distribuidora também deve fazer a mudança em até 30 dias.
Por outro lado, após voltar para a tarifa empregada normalmente, uma nova adesão para a tarifa branca só pode ser solicitada após 180 dias.
A tarifa branca pode se tornar obrigatória?
Em entrevista para o , a Aneel destacou que a tarifa branca não seria a melhor escolha para todos e que trabalha em diferentes opções para a população:
“Não podemos falar em uma solução ideal, pois existem outros modelos tarifários que também permitem uma melhor alocação dos custos e que ainda estão sendo estudados pela Aneel. Os usos de diversos modelos tarifários também são interessantes pois permite ofertar aos consumidores diversas opções de escolha”, detalhou a agência.
Priscila complementa, com a ideia de que a obrigatoriedade da tarifa branca aumentaria a desigualdade social e econômica:
“A obrigatoriedade da tarifa branca desconsidera as desigualdades sociais e econômicas no Brasil, penalizando ainda mais as famílias que não têm alternativas para deslocar o consumo de energia elétrica para horários fora de ponta”, finalizou.
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