Nos próximos anos, perceberemos como a tecnologia mudará mais ainda a forma como as startups se relacionam entre si, com seus stakeholders, e, mais do que isso, como auxiliará a mudança na percepção do mercado sobre essas empresas.
Com o tempo, ficou claro que fazer conexões simples com outros empreendedores não é suficiente para encontrar oportunidades de negócios que perdurem a longo prazo, sobretudo em um mercado tão volátil como o das startups.
Hoje, existem plataformas de matchmaking que possibilitam aos executivos uma conexão mais direcionada às iniciativas buscadas por eles, como a presença de eventos, além de trazer filtros e métricas desses “encontros”, tornando-os mais efetivos e assertivos. Os desafios podem ser catalogados e as comunicações mais diretas, poupando tempo e dinheiro para todos. Essas ferramentas não apenas conectam startups a agentes importantes para o seu desenvolvimento, mas também facilitam a vida de outros atores do ecossistema, como investidores, hubs, aceleradoras e grandes corporações.
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Em vez de seguir a velha lógica de que startups precisam ser “apadrinhadas” por corporações ou investidores, veremos uma inversão desse paradigma. Grandes empresas e investidores poderão buscar ativamente startups de maneira mais eficiente, utilizando plataformas que priorizem soluções relevantes em vez de tamanho ou faturamento. Ao mesmo tempo, as startups terão a chance de se conectar entre si e se fortalecer sem depender exclusivamente de agentes externos.
A inteligência artificial, é claro, terá grande influência nesse processo. Com tecnologias mais autônomas e avançadas, as conexões se tornarão mais precisas, ajudando startups a encontrar — e serem encontradas por — parceiros estratégicos. Isso resultará em menos desperdício de tempo e em relações mais produtivas.
Na busca por capital, a tokenização deve ganhar ainda mais espaço. Essa tecnologia permite dividir a propriedade de uma startup em frações menores, democratizando o acesso ao investimento. Imagine um cenário em que qualquer pessoa, mesmo com recursos limitados, possa apostar em inovações promissoras e se tornar parte do ecossistema de inovação. A tokenização também abre espaço para outra mudança importante: a transparência. Ao registrar todos os processos em blockchain, cria-se um sistema mais seguro e menos sujeito a erros ou fraudes, trazendo mais confiança, tanto para investidores quanto para empreendedores. Em um mundo onde startups enfrentam dificuldades para ganhar credibilidade, essa confiabilidade extra é valiosa.
Além disso, essa fragmentação dos investimentos pode se tornar uma tendência, já existem soluções com objetivo de democratizar o acesso aos investimentos em startups. Um exemplo é a Akka, plataforma que vem ganhando espaço na Europa após criar uma seleção de startups que podem ser investidas a partir de 1000 euros. Essas iniciativas não só ampliam o número de potenciais investidores como também exigem uma mudança na mentalidade de mercado. No Brasil, a B3 aderiu a tokenização por meio de tokens RWA, ativos para plataformas de crowdfunding.
No coração dessas transformações está a mudança na maneira como vemos as startups. Durante muito tempo, o discurso foi de que essas empresas precisavam de ajuda: precisavam de acesso a capital, ser aceleradas e provar o seu valor para sobreviver. Atualmente, as startups já são vistas com bons olhos e como “agentes” de inovação do mercado. A tecnologia pode acelerar essa mudança de narrativa.
O futuro das startups é como protagonistas, e não coadjuvantes. Elas já não são apenas ideias promissoras ou projetos em fase inicial. Cada vez mais, startups têm demonstrado sua capacidade de transformar mercados e desafiar grandes players.
Isso não significa que startups não enfrentam desafios. A busca por financiamento, clientes, principalmente, no que tange ao relacionamento com as entidades governamentais, e visibilidade é uma constante. A diferença, no entanto, é que, com o suporte da tecnologia, essas metas poderão ser atingidas de forma mais direta e eficiente, o que pode mudar completamente a posição que as startups assumem no ecossistema.
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