Parece que as quedas de meteoritos em Marte criam ondas sísmicas que afetam o Planeta Vermelho de forma mais intensa e profunda do que se pensava. É o que descobriu uma equipe internacional de pesquisadores liderados pela Universidade de Berna que, com a ajuda da inteligência artificial, descobriram várias semelhanças entre os impactos na superfície marciana e os tremores registrados pela sonda InSight, da NASA.
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Os impactos das rochas espaciais têm papel significativo nas mudanças da superfície de Marte e dos outros planetas sólidos do Sistema Solar. Assim, a equipe liderada por Valentin Bickel, da Universidade de Berna, apresentou o primeiro catálogo compreensivo dos impactos na superfície do Planeta Vermelho ocorridos perto de onde o lander InSight, da NASA, está.
Eles catalogaram os impactos com a ajuda de um algoritmo de machine learning, que analisou dezenas de milhares de imagens de satélites em busca de novas crateras. “Depois, comparamos a distribuição das crateras com os registros sísmicos da InSight e procuramos correspondências no espaço e no tempo”, explicou Bickel.
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Foi assim que eles descobriram 123 impactos que, até então, eram desconhecidos. Com base no período de formação, intensidade e distância à InSight, a equipe identificou possíveis correspondências entre os 49 eventos sísmicos e um ou mais eventos de impacto possíveis. Segundo Bickel, a taxa de impacto é de 1,6 a 2,5 vezes mais alta do que o estimado antes.
“Nossas observações mostram que alguns dos ‘martemotos’ registrados são, na verdade, causados por impactos de meteoroides e não por atividade tectônica. Isso tem implicações de longo alcance para as estimativas da frequência dos tremores e para nossa compreensão da dinâmica da superfície marciana em geral”, finalizou.
Em outro estudo, os autores analisaram uma recém-encontrada cratera de 21 m de profundidade na região de Cerberus Fossae. Eles compararam o local do impacto com o momento em que a InSight registrou o tremor e, assim, descobriram que algumas das ondas sísmicas se propagaram não só pela crosta, mas também pelas profundezas do manto marciano.
Constantinos Charalambous, autor deste estudo, declarou que as descobertas sugerem que os tremores registrados antes em Marte ocorreram mais longe da InSight do que se pensava. “Além de realocar os epicentros de uma série de terremotos, isso também significa que o modelo estrutural interno de Marte precisa ser revisado”, finalizou Charalambous.
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