Assim como a Capcom com Resident Evil 2, a Konami iniciou seu caminho nos remakes de suas experiências a partir de Silent Hill 2. Porém, muitos fãs ainda se perguntam: “por que não contam a narrativa de forma sequencial, com o primeiro chegando antes dos outros?”.
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A resposta é bem simples e vai de acordo com o que a produtora deseja trazer para a franquia, assim como o estúdio Bloober Team (responsável pelo desenvolvimento dos remakes) já trabalha dentro de seus projetos.
Muitos até podem chutar que Silent Hill 2 é o mais bem-sucedido da franquia (o que não estaria errado) e por ser aquele que traz o icônico Pyramid Head para a ação – o mais próximo que a franquia da Konami chegou de ter como um “mascote”. Mas a razão é outra.
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Ao Rock Paper Shotgun, o diretor criativo da Bloober Team, Mateusz Lenart, revelou que as discussões sobre o remake foram baseadas em outra característica de Silent Hill 2:
“Eu acho que ele se encaixa melhor em nosso DNA. É mais emocional, uma história um pouco mais pessoal do que, por exemplo, o primeiro ou terceiro jogo”, afirma Lenart.

Isso significa que, do ponto de vista do executivo, Silent Hill 2 está mais próximo daquilo que o estúdio produziu no passado do que os demais capítulos da franquia. E esse foi o ponto forte que levou o time a se empenhar no projeto do remake do segundo jogo da série e não em refazer o primeiro Silent Hill.
“Nós da Bloober sempre fomos fãs de contar histórias pessoais sobre a experiência e sentimentos das pessoas e como lidam com isso. Não tanto sobre ocultismo e coisas de outros mundos, certo? Então acho que esta é a principal razão, basicamente”, confirma o diretor criativo.

Antes de ser acusado de “hipocrisia”, Lenart também comenta que o problema não é ter um problema sobrenatural. A maior questão é o foco principal que a história seguirá:
“Obviamente que nossos jogos possuem elementos sobrenaturais, mas no fim é tudo sobre uma pessoa específica ou uma jornada específica que precisam fazer, para descobrir a verdade sobre si mesmos”.
Dedos da Konami no projeto
O produtor de Silent Hill 2, Maciej Glomb, também reforça que por mais que eles pudessem decidir trabalhar no desenvolvimento do jogo ou não, o projeto já estava estabelecido por quem tem os direitos sobre a marca: ou seja, a Konami.
“Sim, Silent Hill 2 é a melhor combinação para nós da Bloober Team, em termos de DNA e dos jogos que trabalhamos anteriormente. Por outro lado, não é como se nós tivéssemos de tomar essa decisão, certo? A franquia está conectada aos planos da Konami”, afirma Glomb.
Ou seja, por mais que eles estivessem participando do projeto desde a sua concepção, a ideia surgiu e foi proposta pela Konami. Caso a Bloober Team quisesse trabalhar em outros remakes ou algo do tipo (o que não foi o caso), não estaria em suas mãos tomar essa decisão.
“Nós recebemos essa proposta, provavelmente por causa do nosso DNA e nossas inspirações em Silent Hill 2. E estamos muito gratos em trabalhar nessa versão do jogo, justamente porque se conecta aos nossos sentimentos”, revela o produtor.

Os projetos da Bloober Team geralmente estão dentro do gênero “terror” e há claras inspirações aos títulos lançados nos anos 1990 — como Resident Evil, Silent Hill e outros que marcaram a história dos games.
“Em nossos jogos anteriores, nós nos inspiramos em Silent Hill 2 em vários aspectos. Layers of Fear é um jogo completamente diferente, mas escolhemos trazer múltiplos finais inspirados no jogo. Ter essas pequenas coisas durante a experiência da qual não falamos que você precisará para te levar a outras conclusões”, brinca Glomb.
Projetos que cercam Silent Hill 2
Isso não significa que o primeiro Silent Hill ou os demais nunca receberão um remake. A Bloober Team continua trabalhando com a Konami em um projeto misterioso e que pode muito bem ser um desses games voltando aos fãs.
Porém, a produtora segue uma linha “fácil” de ser puxada: além de ter figuras reconhecidas como o Pyramid Head e o título possuir um retorno em vendas mais garantido do que os demais, é importante notar que há uma nova adaptação cinematográfica de Silent Hill 2 em produção.
Mesmo que o lançamento não seja tão próximo um do outro, é certo que a estreia do filme causará um novo impulso nas vendas do game. Afinal de contas, isso já funcionou com a série de The Witcher e Fallout, animações como Cyberpunk: Mercenários e outras obras de sucesso. Levando em consideração que a Konami passou quase uma década distante da indústria gamer, eles estão errados em tentar a estratégia?
A tática da Konami é trabalhar não apenas com nostalgia dos fãs antigos (assim como a curiosidade dos novos), mas sim um plano multimídia que pode ajudá-los a se recuperar de forma mais veloz dentro deste mercado. O filme pode impulsionar tanto Silent Hill 2 quanto o próximo jogo da franquia: Silent Hill f.
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