Chega de ignorar esse assunto e disfarçar que não que incomoda: tem algo que desde os anos 1960 ninguém comenta, todo mundo finge não se importar e já tem criança chorando sem respostas: afinal de contas, como o Devorador de Mundos da Marvel Comics, o poderoso anti-vilão Galactus, consegue realmente “comer” planetas?

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Tem um monte de coisa na trajetória das histórias em quadrinhos desde os anos 1930 que ninguém nem se importava se fazia sentido ou era verossímil, simplesmente porque a molecada era mesmo mais devagar para ficar questionando as coisas — e os adultos infantilizavam mesmo os roteiros, porque no início eram mesmo uma leitura mais despretensiosa e descartável. Só que os gibis ampliaram o leque de gêneros, públicos, formatos e também se graduaram como a Nona Arte. 

Bem, uma entidade gigantesca daquela não tem como comprar um air fryer, um fogãozinho ou um micro-ondas para preparar seus acepipes celestiais. Então, a Marvel tratou de inventar mais um daqueles cacarecos que não fazem muito sentido e que servem para transformar um conceito quase abstrato em um processo com lógica de mecanismos que desafiam a ciência.


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Na Marvel Comics, Galactus é um ser quase onipotente que se sustenta de energias vitais dos planetas que consome. Ele devora sua comida com um processo que geralmente utiliza uma peça de maquinário que ele mesmo constrói e opera.

Olha o tamanho desse cacareco chamado de Conversor Elemental (Imagem: Reprodução/Marvel Comics)

Assim como eu, você e outros glutões, Galactus costuma ficar de mau-humor quando passa fome, só que, em casos de emergência, ele não tem como jogar um lámen vagabundo na água quente. O gigante cósmico acaba se atrapalhando um pouco sem as condições ideais, por isso precisa tanto da tal máquina brisada destacada logo abaixo.

Galactus tem um processador de planetas

Stan Lee e Jack Kirby inventaram um troço com uma descrição muito mais sensacionalista e infalível do que qualquer cacareco da Polishop, em Fantastic Four #49, de 1966. O Conversor Elemental permite que Galactus quebre os minerais, a atmosfera e o material orgânico de um planeta, e então os transforme em energia pura para tomar como se fosse uma vitamina em forma de uma luz doida. Essa lorota, digo, processo, completa-se com um mundo inteiro virando uma casca vazia.

Mas e quando o tal Conversor Elemental fica na tela azul ou ele perde esse troço? A resposta apareceu em Super-Villain Classic #1, de 1983; e em Fantastic Four #257, entre outras revistas: alguns trechos mostraram que Galactus pode consumir planetas sozinho sem a ajuda do Conversor Elemental — só que isso torna a tarefa muito mais desgastante, espalhafatosa e demorada.

Super-Villain Classic #1 mostra que, sem a ajuda do equipamento, Galactus pulsa com energia enquanto absorve e destrói o que existe ao seu redor, desintegrando sua refeição quase instantaneamente. Em Fantastic Four #257, o Devorador de Mundos morto de fome literalmente desce ao núcleo de um planeta para consumir o mundo de dentro para fora, aumentando dez vezes a destrutividade deste processo — ou seja parece aquele primo esganado ou uma criança bagunceira, comendo um prato de macarrão sem talheres e se sujando inteiro, derrubando suco e quebrando as porcelanas.

Embora Galactus possua a habilidade de absorver a energia de um planeta diretamente, sempre que ele tenta, geralmente é menos eficiente e mais destrutivo, tornando o Conversor Elemental sua ferramenta mais subestimada e importante.

Sim, Galactus poderia até crescer infinitamente em tamanho e engolir um planeta se ele realmente quisesse. Mas, considerando a energia necessária para realizar tal feito e sustentar suas novas proporções seria algo completamente contraproducente.

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O Devorador de Mundos deveria reclamar com Lee e Kirby por criar o Conversor Elemental como uma geringonça que joga o conceito de ergonomia no lixo. A máquina é tão grande e incômoda que Galactus precisa constantemente da ajuda de sua nave estelar, a Taa II para construir esse treco e um processo ainda mais duvidoso, com o resultado final brotando da “poeira e fuligem” no ar.

Bom, fica a sugestão para a Marvel facilitar a vida de Galactus criando um serviço de entrega de comida ou algum amigo convidado o Devorador de Mundos para um churrasquinho espacial por aí.

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