Segundo um comunicado recente do Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de Ciências, a China está construindo um laboratório submarino tripulado para estudar as profundezas do oceano. Chamada de Instalação de Pesquisa do Ecossistema de Emanação Fria, a estrutura deve ficar pronta dentro de apenas cinco anos, em 2030, segundo expectativas do país.

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O projeto está sendo feito a partir de Guangzhou, uma cidade portuária a noroeste de Hong Kong, no rio Pérola, que deságua no sul do Mar da China. O laboratório submarino, principal parte da instalação, deverá operar a 2.000 km no fundo do mar e obrigar até seis pesquisadores por vez por até um mês.

O estudo das profundezas

Segundo a Academia Chinesa de Ciências, o projeto incorpora tecnologias desenvolvidas em missões espaciais tripuladas e submersíveis de mar profundo, bem como sistema de suporte à vida feitos para operações de mineração. Deverão ser construídas cabines de experimentação científica, de navegação e operação e de detecção multifuncional, além de alojamentos e geradores auxiliares.


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Nas profundezas do mar, emanações frias formam locais como as fumarolas, que são habitadas por organismos que sobrevivam com quimissíntese e aproveitam os gases expelidos da Terra (Imagem: MARUM/Universität Bremen/CC-BY-4.0)
Nas profundezas do mar, emanações frias formam locais como as fumarolas, que são habitadas por organismos que sobrevivam com quimissíntese e aproveitam os gases expelidos da Terra (Imagem: MARUM/Universität Bremen/CC-BY-4.0)

O principal objetivo é o estudo de emanações frias, locais do leito marinho onde fluidos ricos em hidrocarbonetos são liberados a partir de rachaduras no solo oceânico devido a atividades geológicas e mudanças de pressão, como metano e sulfeto de hidrogênio.

Esses locais abrigam ecossistemas únicos, com microorganismos das profundezas que prosperam a partir da quimiossíntese, processo de geração de energia química a partir dos fluidos locais.

As emanações frias também participam dos ciclos de carbono profundos, tendo potencial para gerar recursos biológicos de forma nunca antes explorada. O metano é um dos mais potentes gases do efeito estudo, e, nesses locais, escapa e interage com sistemas atmosféricos e com o oceano.

Os responsáveis pelo projeto acreditam que isso poderá, além de ajudar pesquisas importantes, contribuir para a indústria com tecnologias e aplicações práticas.

Com as pesquisas no território submarino, a ciência poderá descobrir mais sobre a vida em ambientes extremos e a extração segura de recursos como os hidratos de metano. O projeto, vale lembrar, poderá beneficiar muito a China, que planeja atingir a neutralidade de carbono até 2060.

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