Está para nascer uma produção tão depreciada quanto a versão live-action de Branca de Neve, que acaba de chegar aos cinemas brasileiros nesta semana. Inicialmente, o filme tinha tudo para dar certo e seguir o desempenho, ainda que irregular e, porém bem-sucedido, das adaptações de clássicos da Disney com dramatização real.
- 7 filmes da Disney que envelheceram muito mal
- 4 filmes com Rachel Zegler, de Branca de Neve e Jogos Vorazes
Atenção para os spoilers sobre Branca de Neve (2025) da Disney!
Mas… problemas de bastidores, especialmente sobre o carisma zero de Rachel Zegler, já previam um fracasso que começa a se consumir com as principais reclamações da audiência no site de avaliações cinematográficas Rotten Tomatoes.
–
Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Ok, antes de mais nada, vamos combinar aqui que seria muito injusto jogar toda a carga de fracasso e reclamações dos cinéfilos no Rotten Tomatoes, que, no momento em que escrevo este texto, está em 46% de podridão — também vamos aceitar o fato de que isso nem sempre quer dizer que um título é ruim.
O que vamos abordar aqui vai além da briga digital e fofocas tóxicas envolvendo Zegler. Envolve também uma Gal Gadot desperdiçando a oportunidade de ser uma Rainha Má mais brilhante, assim como uma trilha sonora e efeitos especiais poucos inspirados — especialmente envolvendo os outrora carismáticos anões.
Além disso, a pobreza de espírito na escolha de uma trama que pudesse correr riscos com temas atuais, com uma história que apenas perpetua uma mediocridade confortável, ajuda a audiência acreditar que clichês sempre têm que ser ruins.
Ou seja, além dos quatro pontos abaixo, há uma qualidade técnica abaixo da média e bastante preguiça na recriação do clássico.
É claro que a história clássica de superação e esperança, de lições de humildade e descoberta de nobreza inesperada estão presentes. Contudo, os pontos abaixo são os que mais ofuscam esses temas e subtextos.
1. Um remake de Branca de Neve sem coerência
O paralelo que direi agora talvez possa parecer estranho à primeira vista, contudo, acredite, vai fazer sentido. Se você observar os primeiros anos da Marvel Studios, vai notar que um dos maiores esforços da equipe de produção foi fazer com que as tonalidades parecessem fazer parte de um mesmo mundo.
Uma das maiores vitórias do Marvel Studios foi fazer com que a identidade visual, o design e a dramatização de Capitão América, Thor e Homem de Ferro dialogassem sem que o público achasse isso tão estranho quando eles se reuniram no primeiro filme dos Vingadores.

Veja bem, eram figurinos, atmosferas, filtros, fotografia e atuações de um cara preso em uma realidade crua e histórica realista dos anos 1940 até 2010 com um bilionário futurista que mistura magia com tecnologia de forma que Tesla e H.G. Wells pudessem se encontrar de uma forma com a fantasia medieval e ficção científica de Thor evocando Shakespeare misturado com Senhor dos Anéis e Isaac Asimov.
Não é fácil fazer isso, e em Branca de Neve isso fica evidente na falta de diálogo entre os enredos, figurinos, atuações, músicas e identidades visuais. Como Petrana Radulovic do Polygon aponta, uma réplica do vestido azul e amarelo da protagonista “briga” com a moderna jaqueta jeans tingida de Jonathan — e isso se estende aos cenários que emulam animações de maneira confusa coma realidade.
2. O que a Branca de Neve significa para o mundo atual?

De acordo com os críticos do Rotten Tomatoes, Branca de Neve da Disney parece não conseguir fazer jus à mensagem original e nem mesmo atualizar os temas para os dias atuais. Um dos objetivos da companhia seria tornar a protagonista mais proativa, para distanciá-la do papel passivo incial.
O remake de 2025 tenta consertar isso tornando Branca de Neve revolucionária e em busca de justiça, contudo, o desenvolvimento e a conclusão dessa jornada, segundo os críticos do Rotten Tomatoes, são amenizados e esquecidos de forma que se dissipam facilmente em algo… mais confortável.
3. Branca de Neve aceita uma conclusão conformista

O remake oferece um final ligeiramente similar, com algumas diferenças. E o que mais tem decepcionado os críticos é que a direção aparentemente revolucionário que a atualização live-action propõe termina de uma maneira anticlimática e muito piegas.
Embora alguns críticos, como Rachel Labonte, do Screen Rant, acredite que as decisões da Branca de Neve em 2025 possam satisfazer parte do público, a oportunidade que a personagem tinha em mãos para ir além, é, de certa forma, frustrante.
4. Branca de Neve caça-níquel?

A maior crítica da maioria dos espectadores com relação aos remakes live-action da Disney residem em uma aparente tentativa de ganhar dinheiro sobre a nostalgia e memória afetiva — em vez de oferecer realmente uma atualização consistente de um clássico adorado.
Embora Rachel Zegler tenha conseguido elogios à atuação, em contraste com seu comportamento nas redes sociais antes da estreia, muitos dos críticos têm reclamado da falta de “alma” e autenticidade ao novo material — o que só aumenta a sensação de que a Disney esteja fazendo “mais do mesmo” apenas para ganhar dinheiro.
Desta forma, as quatro maiores reclamações da versão live-action de Branca de Neve da Disney são:
- Um remake de Branca de Neve sem coerência
- O que a Branca de Neve significa para o mundo atual?
- Branca de Neve aceita uma conclusão conformista
- Branca de Neve caça-níquel?
Leia mais matérias no ItechNews .