Você já ouviu falar dos “champions de IA”?

Mais do que especialistas em inteligência artificial, trata-se de profissionais que não só possuem uma experiência avançada com a tecnologia, mas que assumam, também, a implementação de inteligência artificial e o comando de projetos relacionados. Assim, passam a representar um impulsionador extremamente relevante de uma cultura suportada por IA, a base principal para um futuro exitoso.

E, se em 2024 pudemos observar uma evolução interessante no que diz respeito aos debates e discussões envolvendo o uso de IA em diferentes contextos, 2025 talvez seja o ano em que veremos isso se estabelecer – mesmo que gradativa e incipientemente — no ambiente de trabalho. E, para que as organizações possam alcançar níveis interessantes nesse sentido, é preciso que elas desenvolvam seus próprios champions.


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Neste artigo, irei discorrer de forma mais aprofundada sobre o desenvolvimento desse tipo de profissional e por que ele representa um papel essencial na jornada de implementação de IA dentro das organizações. Boa leitura!

Contexto promissor?

Conforme as discussões foram avançando nos últimos anos, foi possível perceber que  houve, consequentemente, um crescimento do interesse por parte das empresas — o qual, já podemos dizer, se sobrepõe a eventuais receios e desconfianças. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo realizado pela McKinsey, divulgado em janeiro deste ano, 92% das companhias pretendem aumentar seus investimentos em IA no período dos próximos três anos — dentro de um contexto no qual as oportunidades de ganho em produtividade no âmbito corporativo alcançam valor superior a US$ 4 trilhões.

Contudo, paralelamente, enquanto é possível dizer que quase todas as empresas pretendem investir em IA no futuro próximo, apenas 1% dos líderes  entrevistados pela consultoria global consideram suas empresas maduras no que diz respeito à implementação — ou seja, companhias que possuem IA  totalmente integrada aos fluxos de trabalho e representativa de forma substancial em termos de resultados.

Assim, depreende-se que não se trata de uma questão de mobilização de capital ou interesse por parte das empresas e seus tomadores de decisão de  preparação, adequação de processos e pessoas e, portanto, mudanças culturais. Torna-se necessário, assim, uma abordagem que priorize o capital mais valioso de qualquer companhia: o humano.

Interesse crescente

Em 2025, é possível dizer que boa parte dos chamados trabalhadores do conhecimento, aqueles que lidam com informações, análises e tomadas de decisão, já entende e percebe a chegada de IA e, sobretudo, seus impactos no ambiente de trabalho — e querem estar prontos para esse cenário que se desenha no horizonte.

Estudos como o da McKinsey já apontam que quase metade dos colaboradores, hoje, afirmam o desejo de um treinamento mais formal em IA e acreditam que esta é a melhor maneira de impulsionar sua adoção. Contudo, líderes e decisores ainda subestimam esta vontade, visto que um quinto dos  funcionários relatam ter recebido apoio mínimo ou nenhum nessas iniciativas.

Tendo este contexto em vista, é essencial que as empresas realizem movimentações para alterar essa realidade, de modo não só a se preparar para o futuro próximo, mas também satisfazer e atender às expectativas de seus colaboradores.

Construindo champions de IA

Hoje, pensando na capacitação e desenvolvimento dos profissionais, algumas soluções já existem no mercado com esse propósito. É o caso da Jornada Anual de Champions de IA, desenvolvido pela AIMANA, um programa que tem como objetivo capacitar equipes de 30 a 50 colaboradores selecionados dentro das empresas, de modo que estes se tornem multiplicadores da cultura AI-first.

Por meio de um laboratório de IA, com foco na aplicação prática da tecnologia no cotidiano e de uma mentoria mensal, os profissionais podem receber orientações no processo — e são treinados para se tornarem embaixadores efetivos na organização e treinar outros colaboradores.

Vale ressaltar, ainda, que é oferecido um suporte no ambiente digital, com conteúdos gravados e espaço para troca de informação e experiências entre os participantes, com agentes de IA integrados à plataforma para apoiar os colaboradores.

Todos esses pilares fazem parte do PDIA – Programa de Desenvolvimento Individual em Inteligência Artificial —, que acompanha o progresso de cada participante ao longo do programa, considerando a evolução de hard skills e soft skills.

Conclusão

A ideia de que os profissionais, de modo geral, ainda não estão tecnicamente preparados para a chegada efetiva da IA nas organizações não é uma opinião ou percepção, mas um fato.

Conforme apontou a Gallup em um estudo recente publicado sobre o tema, “muitas companhias estão investindo em IA para aprimorar sua performance em termos de negócio, mas essa transformação só acontece caso as pessoas se utilizem, de fato, da tecnologia”.

Compreender como adotar e implementar IA começa por saber onde a empresa se encontra nesta caminhada. Portanto, a construção de champions de IA, neste contexto, passa substancialmente por aspectos relacionados à cultura e gestão, que precisam, também, passar por adequações.

No cenário atual, transformações corporativas só acontecem e se mantêm quando líderes, em vez de gerenciar a mudança, inspiram-na — e,  preferencialmente, de forma abrangente.

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